Capítulo 12

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- ALINA STARKOV -

Escuro.
Frio.
É a Dobra...

Caminho por um cerco rodeado de Volcras, eles rosnam e grunhem a cada passo que dou. Aproximo-me de uma enorme tenda, semelhante às que tínhamos no acampamento do Exército.

Mas algo estava diferente.

Sinto como se estivesse próxima, pouso minhas mãos sob meu busto, a galhada havia sido completamente absorvida em minha pele e tornara-se imperceptível. Eu senti uma ardência profunda. Estou perto.

Sei onde estou, este lugar assombra a minha consciência incansavelmente de diferentes formas, é doloroso. Agora, agora está sendo diferente... Parece um aviso.

Adentro a tenda.

" Você!" — É ele. Aleksander.

Ele se vira em minha direção, posiciona seu olhar a alguns metros de distância.

"Pessoas iguais se atraem Srt.ᵃStarkov." — Ele diz.

Ergo a cabeça e não me intimido. Não me permitiria fazê-lo.

" Essa cantada não funciona mais comigo, nada disso funciona." — Afirmo, aproximando-me lentamente.

" E o que acha que isso é?" — Questiona.

" Mais do mesmo. Ameaças veladas e promessas vazias."

"As promessas eram reais, eu lhe garanto." — Diz, como ele ainda pode pensar que poderia ser real? Ele era um mentiroso sem escrúpulos. — "Você pensa que sabe quem é agora porque sofreu por um momento, não entenderá de verdade as profundezas da sua alma até que esse sofrimento a leve ao sacrifício!"

Esse é o meu estopim.

"E o que você sacrificou além das vidas de pessoas inocentes!?" — Estou perdendo a calmaria, caminho para mais perto encarando aquele rosto cruel. Maly foi morto por causa dele... — "Ravkanos viram o céu daqui um dia, pelo meu poder!" — Eu o farei.

" É uma meta valorosa... Mas ainda não me respondeu, está disposta a sacrificar aquilo que é mais valioso para você?"

Ele está próximo demais.

Consigo sentir o seu cheiro.

E quando menos espero, sua mão vai ao encontro do meu pescoço.

Calor.

O anel frio sob a pele.

O aperto masculino na pele frágil feminina.

Quero gritar e afastá-lo.

Não é real.

Não pode ser real...

Ele está morto! Está morto!

" Alina! Acorde, por favor! Estou com medo..." — Diz a criança chorosa.

Levanto a minha face assustada, encaro o pequeno rostinho à minha frente. Era um pesadelo, mais de muitos.

Encaro a criança assustada, a pobrezinha deve ter se assustado com os berros que dei.

"Kate, está tudo bem! Me desculpe... E-eu não queria te assustar." — Abraço a garotinha confortando-a, isso foi assustador e não me refiro somente a pequena.

"Tia Alina... Você está bem?" — Pergunta a menina, se separando lentamente de meu corpo.

"Está tudo bem, foi só... Foi só um pesadelo..." — Confirmo. A garotinha ainda se mantém confusa e assustada. — "Estou bem, meu anjinho, pesadelos não podem nos machucar... Eles são como tempestades em um copo d'água, chega um momento em que o copo transborda e cria uma enorme avalanche na nossa cabeça." — Explico.

Além das Sombras e EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora