Capítulo 40

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- ALINA STARKOV -

Neste caos de pessoas desconhecidas e perigos aparentemente eminentes, eu me via facilmente desorientada. Apesar de captar conversas suspeitas, minha mente insistia para que eu fosse mais perspicaz, enquanto meu coração tremia de apreensão. Genya seria minha única chave para obter informações concretas.

Eu precisava ficar apar dessa situação, evitar que o mesmo erro se repita.

Aleksander permanecia inalterado, mas ainda havia algo nele que me perturbava profundamente...

'Ele a perturba.' — Ecoava minha consciência. — 'E você está sendo uma tola outra vez.' — Eu estava.

Ele, mais uma vez, me envolvera em um de seus planos sinuosos. Me trouxera de volta a Ravka, para este cerco cruel de morte e sofrimento. E naquele navio... ele me beijara.

'E você sentiu... ' — Droga, eu senti. — ' E não aprendeu com a primeira vez.' — Hoje de manha...

"Alina?" — A voz de Genya me trouxe de volta à realidade.

Lutando contra as lembranças daquele beijo e das emoções que ele despertara em mim, cocei as mãos nervosamente.

'Estou odiando isso.' — Pisquei descontrolada.

"Desculpe..." — Respondi, forçando-me a concentrar enquanto tentava bloquear os pensamentos tumultuados.

"Está tudo bem mesmo?" — Ela parecia preocupada.

"Estou bem, Genya." — Sorri fraco.

Estávamos sentadas em sua cama, pelo que consegui deduzir.

O quarto era grande, grande para ser comparado até mesmo com os quartos do Pequeno Palacio.

'Este quarto pertencia a outra pessoa. Eles tomaram este lugar.' — Pensei inexpressiva.

"Se quiser, posso sair e deixá-la..." — Genya ofereceu, mas a interrompi antes que terminasse.

"Não é necessário, você não incomoda, Genya." — Disse, tentando tranquilizá-la. — "Eu só preciso processar tudo o que está acontecendo... Refletir sobre isso."

Genya assentiu compreensiva, e por um momento, agradeci a presença dela mais do que nunca.

Agradeci por não guardar tanta mágoa e rancor da mesma.

"Genya?" — Encarei a ruiva. — "Se estiver acontecendo algo e você soubesse, seria franca? Seria honesta ao me contar?" — Questionei, olhando para seu rosto marcado. Tantas cicatrizes, todos carregando cicatrizes... — "Preciso saber, preciso estar ciente do que segue... Não digo isso por mim, Genya. Sabe que agora não estou sozinha e preciso mais do que nunca estar preparada. Preciso estar preparada para protegê-los..."

Genya me fitou por um momento, seus olhos transmitindo compaixão.

"Alina, não há com o que se preocupar, pelo menos não agora..." — Ela disse com firmeza. — "O seu retorno significa muito para todos neste acampamento. Estamos lutando juntos para sobreviver aqui... Você é como uma esperança a acrescentar, apesar do que houve no passado, acredite. Há Grishas que mantêm respeito e fé pelo que você representa, com seus filhos não seria diferente." — Disse vacilante.

Estamos lutando juntos para sobreviver aqui... Será mesmo?

"Aleksander... Você fala como ele." — Exaltei.

Além das Sombras e EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora