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     As mãos grandes circulavam sua cintura, o toque era preciso, mas era também delicado e cuidadoso

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     As mãos grandes circulavam sua cintura, o toque era preciso, mas era também delicado e cuidadoso.
     Cabelos brancos e mechas azuis voaram ao vento, e ela encarou orbes lilás arco-íris e orelhas pontudas.

     E quando a mesma finalmente percebeu, os dois estavam no chão e não nos bancos do hydronibus, as pernas dele rodeavam ela e as dela estavam em cima das pernas dele.

     O calor das mãos de Neuvillette se foi de sua cintura quando ela o pegou observando seus olhos dourados.

     As mesmas mãos que antes a seguravam com força para não cair, arrumaram alguns fios de cabelo dela, colocando uma mecha vermelha para trás e em seguida pousando a outra mão no rosto de Lizliwy, segurando seu maxilar.
     Era incrível a forma como o toque de Neuvillette em sua pele fria a esquentou mesmo no vento frio. Mas a rapidez que trouxe as mãos do mesmo ao rosto dela foi a mesma quando ele as retirou.

 Obrigada  Falou, a voz dela saindo numa mistura de firmeza e hesitação.

     A vergonha a atingiu, fazendo-a tirar as pernas de cima das dele. Desviando das pernas do mesmo que ainda a rondavam.
     Lizliwy se sentou no banco mais uma vez, e começou a olhar novamente as estrelas, até perceber que a presença do Juiz já se faziam presente ao seu lado.

    A distância dos dois parecia não existir mais, e mesmo estando a centímetros de distância um do outro no banco. Lizliwy conseguia sentir o calor naquelas mãos, calor esse que a fazia se sentir quente nas bochechas, em si mesma, em todo seu corpo.

     Neuvillette seguiu olhando as mesmas estrelas que ela encarava sem dizer nem mesmo uma única palavra. Entretanto, daquela vez parecia diferente. Não era como antes, não era o silencio perturbador de minutos atrás, era como nos primeiros dias posteriores ao feriado, como uma porta entreaberta antes que agora parecia completamente aberta, liberando um luz radiante.

     Neuvillette. Ela tinha ele de volta, seja para as melusines que o mesmo também andava distante, fosse para ela mesma.

     De volta. Ela tinha ele de volta, ela tinha Neuvillette de volta pra ela.

     Lizliwy suspirou, era como se tudo estivesse em seu lugar. Como se nunca tivesse deixado de estar.
     Ela sorriu dentro de si mesma, enquanto olha as estrelas com ele. Agora parecia que não tinha tanto problema em tê-lo somente para ela.

    Pra ela, ela tinha Neuvillette pra ela.

𓂃

     No dia seguinte, Lizliwy abriu as janelas da biblioteca e sentiu o vento nos cabelos castanhos-avermelhados. A manhã parecia ensolarada e fresca, o que a trouxe um animo diferente para sair da biblioteca e seguir até a cozinha.

     Como esperado, o cheiro de chá e café sendo feitos de manhã por Vivienne irradiaram suas narinas. A conselheira correu, vestida com seu vestido de dormir branco. Ela se sentou na cadeira da mesa de jantar, esperando que Vivienne viesse e a recebesse com seu sorriso brilhante. Entretanto, a mesma não obteve nenhum aceno de boas vindas, apenas o cheiro forte do café e chá sendo feitos. 

𝐅𝐋𝐎𝐂𝐎𝐒 e 𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀,, 𝙈. 𝙉𝙚𝙪𝙫𝙞𝙄𝙄𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora