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— Não façam isso! Como herdeiro da tribo Perunna ordeno que a filha de nosso Supremo Conselheiro de Guerra seja vestida nos trajes de nossa tribo e que ela permaneça em nossos limites territoriais! — Lyennam gritava aos guardas que asseguravam e e...

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— Não façam isso! Como herdeiro da tribo Perunna ordeno que a filha de nosso Supremo Conselheiro de Guerra seja vestida nos trajes de nossa tribo e que ela permaneça em nossos limites territoriais! — Lyennam gritava aos guardas que asseguravam e escoltavam Lady Perunna para a carruagem que estava prestes a seguir viagem para a nação hydro.

— Devo lembra-lo Lyennam que foi você quem nos colocou nesta situação? — A morena olhou para o irmão com olhos viperinos, o dourado de suas íris se transformando em algo maior, mais profundo e temeroso. 

— Minha cara irmã — O ruivo se aproximou da irmã que era tão diferente de si em relação aos cabelos, com mechas vermelhas e um castanho escuro brilhante. — Eu entendo que seja culpa minha, mas não imaginava que o preço seria sua liberdade!

— Pensasse nisso antes de aceitar sem saber os termos daquela maluca psicopata por grandes emoções ou cometesse um dos piores crimes na nação idiota dela — A calda do vestido roxo cintilou nas calçadas da tribo enquanto Lady Perunna caminhava graciosamente para sua carruagem, se distanciando de seu irmão.

— Lizliwy... — Lyennam continua indo atrás da morena.

— Por favor, pare de me seguir. — Ela falou severa — Já que não farei mais parte do conselho nem mesmo serei a herdeira do nome de nossa família, peço por favor que tenha responsabilidade uma vez na vida Lyennam — O rosto severo se transformou em algo mais sombrio, em seu interior, Lyennam sentia como se tivesse a decepcionado — Peço também que cuide do Conselho de Guerra de nossa família, que a orgulhe. — Ela se virou de costas para ele, evitando-o — Receio que não aproveitarei tanto, mas desejo que desfrute de minha ausência sendo tudo aquilo que um dia eu quis ser, que um dia poderia ter sido. — A voz de Lizliwy falhou. — É o único que confio depois de mim mesma para tal papel.

     Vestígios de memórias não tão passadas e sombrias a alcançaram. Ela não odiava o irmão, mas durante os últimos quarenta anos, o mesmo havia sido uma pedra em seu sapato. Tanto para ela quanto para a tribo.
     O gosto da derrota-não-justa ainda amargava sua língua. Mas não havia o que ser feito, não depois de metade da casa Perunna concordar com tal trapaça e modificação das tradições.

     Talvez tivesse sido doloroso, mas ela tinha certeza que Lyennam sabia tão bem quanto ela o que havia acontecido no dia do duelo dos dois. E mesmo assim ela não o culpava, pelo menos não sobre aquilo. No final de tudo, ainda era seu irmão, ele merecia um afago antes do adeus. Ela merecia se despedir sem ressentimentos para com o mesmo, para consigo mesma.

     A morena suspirou fundo, seguindo para a carruagem, secando algumas lágrimas que não deixara que o irmão mais novo enxergasse. Mas antes de sair, ela se permitiu olha-lo mais uma vez e simplesmente dizer: "Adeus meu irmão, sentirei sua falta"

     Lyennam observou a irmã ser levada para uma região que desconhecia, para uma região não calorosa e úmida, mas sim muitas vezes solitária e vazia, para longe de casa. Para ser esposa de um desconhecido, para os braços do homem sem sentimentos que havia o julgado meses antes. Medo serpenteou Lyennam ao pensar no que aguardava Lizliwy em Fonteine, e por mais que ele tivesse preocupado com a mesma, não deixou de se sentir triste com o olhar impiedoso que sua irmã o lançava pela janela da carruagem. Lyennam não a culpava por isso, na verdade sabia que talvez Lizliwy o odiasse pelo resto de sua vida, e entendia que para ela deveria ser um pesadelo, seu maior pesadelo, deixar suas tão amadas terras natais, sua nação.

𝐅𝐋𝐎𝐂𝐎𝐒 e 𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀,, 𝙈. 𝙉𝙚𝙪𝙫𝙞𝙄𝙄𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora