14: apenas em minha mente

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A noite estava fria por conta do clima de Fontaine, que ultimamente parecia mais do que chuvoso ao decorrer do dia

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A noite estava fria por conta do clima de Fontaine, que ultimamente parecia mais do que chuvoso ao decorrer do dia. Na defesa do juiz, ele não tinha nada haver com aquilo daquela vez.

     O juiz abriu seus olhos por conta de um barulho alto de trovão do lado de fora, e assim que seus ouvidos pontudos captaram melhor os sons, ele pode sentir uma respiração pesada ao seu lado na cama. A figura estava coberta por um edredom de uma cor diferente da dele, e o mesmo não conseguia distinguir quem era por debaixo do tecido.

     Ele respirou fundo, se virando de lado, ficando de frente para a figura que também parecia observa-lo escondida. Tal momento o fez resgatar memórias de uma loira que costumava dormir a seu lado de vez em quando, com um sorriso inocente e uma pele pálida como a neve.
   
     Mas não foram olhos verdes nem cachos loiros que ele viu assim que puxou o lençol para baixo, mas sim uma respiração que antes parecia pesada e agora parecia dar lugar a uma tranquilidade sem fim quando Neuvillette avistou seus olhos dourados e cabelos vermelhos rebeldes o observando, as presinhas pontudas e selvagens a mostra, enquanto ela parecia ranger os dentes em nervosismo.

— Me desculpe — Ela falou baixinho, escondendo-se ao puxar o edredom para cima mais uma vez, deixando apenas o campo de seus olhos dourados para Neuvillette, que percebeu a luz brilhar em seus aposentos.

— Lizliwy — Ele disse baixinho de volta — O que a trouxe aqui? — Perguntou, o sono de seu corpo parecendo sumir a medida que ele se dava conta de que a presença dela a seu lado era real e não uma miragem.

— Os trovões estão altos demais e eu não consigo dormir — Disse simplesmente — Não consigo ler na biblioteca por não conseguir me concentrar o bastante — E revelou o rosto novamente para Neuvillette, colocando uma de suas mãos no queixo enquanto observava o juiz — Eu não queria ficar sozinha, então entrei aqui pois pensei que poderia dormir calmamente como você se tivesse alguém ao meu lado — Ela disse, arrumando alguns fios de cabelo vermelho, e assim se sentou, prestes a sair da cama. 

— Espere — O juiz falou, as mãos quentes pegando num dos pulsos de Lizliwy, a parando — Se estava indo embora por achar que está me incomodando, sugiro que fique, por favor — Pediu, observando a frieza do corpo da mesma em comparação a seus dedos quentes. Era estranho, pois a meia-humana estava coberta desde a cabeça antes do mesmo se dar conta da presença dela a seu lado, como ela poderia estar com o corpo frio?

     O silencio se instalou, e Lizliwy deitou novamente ao seu lado, o observando. Algo dentro de si pareceu gritar quando as mãos de Neuvillette agarraram sua cintura, a trazendo para mais perto enquanto encaixava-a perfeitamente em seu peito e apoiava seu queixo na cabeça dela. Pequenos chifres marcaram a bochecha de Neuvillette, mas ele sequer se importou quando continuo respirando fundo, sentindo o cheiro de flores Perunna e flocos de neve.

     Mãos finas e dedos gelados passaram por seu pescoço, buscando por mais algum tipo de conforto ao aproxima-lo ainda mais dela. As sensações de tremor que o mesmo sentiu em sua têmpora poderiam claramente ser explicados pela baixa temperatura dos dedos da castanha-avermelhada a sua frente.

𝐅𝐋𝐎𝐂𝐎𝐒 e 𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀,, 𝙈. 𝙉𝙚𝙪𝙫𝙞𝙄𝙄𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora