21: borboletas no estômago e devaneios excessivos

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— Tell me that we're more than just this, Overthinking stolen glances

Kiss me like no one else hurts this
You give me butterflies

~~ Butterflies (Isabel LaRosa)

     Era o meio da semana, simplesmente faltando cerca de um dia para seu aniversário

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     Era o meio da semana, simplesmente faltando cerca de um dia para seu aniversário. A ansiedade sobrepujava seu peito enquanto Lizliwy estava sentada num banco sozinha, lendo um livro literário, era um suspense clássico de Fontaine.

     Pequenos centelhos de estrelas eram vistos nos céus, que estava mergulhado em laranja e vermelho, nesse momento em que a Ópera Epiclese se mostrava ainda mais radiante, era quando a meia-humana se sentia sortuda por poder admirar uma vista como aquela. Alguns casais podiam ser vistos sentados em bancos, apreciando o por-do-sol e tudo que aquela brisa poderia trazer, o que reforçava ainda mais sua visão de que Fontaine tinha um dos mais lindos e esplendorosos anoitecer, mesmo ela sendo de Natlan e reconhecendo a beleza de sua nação.

     Lizliwy voltou sua leitura e parou de admirar os céus assim que as explosões de cores de verão se foram, dando lugar apenas a uma lua cheia brilhante e um celeste rodeado de estrelas, constelações — as quais ela ainda tinha suas questões — cujo complexidade eram estupidamente assombrosas.
     Os caracteres lidos por olhos dourados logo se tornaram desinteressantes, e ela não compreendia o porquê. Talvez, estar em meio a um local que a fazia resgatar tantas memórias e sensações tivesse esse poder sobre ela, talvez, era ironia de seu pobre destino sempre a trazer para aquele ponto intrínseco de seu ser. No final, a Fonte Lucile permanecia ali, e aquela mesma visão se deturpava em meio ao aspecto completamente congelado como uma vez já fora, como uma vez ela mesma o tornou, estava ali novamente, para preencher seus pensamentos.

    Meses se passaram, e perguntas vindas daquele dia tenebroso com Lorde Ashanti insistiam em permanecer em seus devaneios, e por mais que Neuvillette viesse para tirar quaisquer dúvidas que ela ainda possuia para consigo mesma, ela não evitava de se perguntar e se questionar para onde as coisas estavam indo, como iriam.

     Será que a Lizliwy emaranhada em rancor e ódio teria orgulho dela? Ou seria mais um motivo de desgosto?

     Eram tantas perguntas, ela parecia não ter resposta pra nenhuma — o que para seu azar, mas não surpresa, era algo que já estava acostumada a ter que lidar — e em meio aquele turbilhão de aspectos perdidos e transfigurados de si, por algum motivo, ela não se sentia desamparada como antes. As versões de si que ela tentava fugir por medo de desaprovação, aquelas que ela tinha o receio de que talvez não a reconhecessem como antes, a integravam como sempre fizeram, mas algo parecia diferente naquele dia, como se estivessem dispostas a aceitar aspectos nunca antes cogitados.

𝐅𝐋𝐎𝐂𝐎𝐒 e 𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀,, 𝙈. 𝙉𝙚𝙪𝙫𝙞𝙄𝙄𝙚𝙩𝙩𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora