prólogo

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New York — 08h20m AM.
Point Of View - Bárbara Burrow

– Eu sou inocente!

Os murmúrios voltaram e abaixei minha cabeça novamente sentindo uma dor insuportável na mesma.

Eu não aguentava mais!

As pessoas me olhavam e me julgavam cruelmente por um crime que eu não cometi. Eu fui acusada de homicídio  doloso, por matar Richard Burrow e Antonella Burrow, meus pais. Eu não havia matado ninguém, eu cai em uma emboscada, de quem eu não sei. Meu pai era deputado federal de Nova Jersey, um grande concorrente político e por isso muitas pessoas estariam interessadas em sua morte.

Eu vi meus pais serem mortos friamente na minha frente. Dois homens encapuzados entraram na minha casa e atiraram neles, enquanto eu estava presa em uma cadeira, amordaçada, assistindo tudo. A cenas daquela noite se repetiam em minha cabeça há todo instante, eu havia perdido meus pais. Eu estava sozinha nesse mundo, e...

Eu só sentia dor.

Eu nunca desejei tanto morrer como eu estava desejando, eu não merecia passar por aquilo, eu não merecia perder os meus pais. A vida é injusta, e Deus foi injusto comigo!

O juiz adentrou novamente a sala e todos automaticamente se levantaram para o decreto final. Minhas mãos suavam frio, eu sentia meus olhos lacrimejarem. Automaticamente abaixei minha cabeça, fechando meus olhos com força esperando que as próximas palavras que eu escutasse decretasse minha inocência e fizesse justiça.

– A réu Bárbara Kristen Burrow, vinte e um anos, acusada por homicídio doloso, é culpada. E cumprirá vinte dois anos de regime fechado, com direito...

Eu deixei que todo o ar que eu estava prendendo sair de uma só vez, meus olhos se arregalaram e eu os sentia inundando de lagrimas.

– NÃO! — Gritei me sentindo sem ar – NÃO, EU NÃO MATEI MEUS PAIS, EU NÃO SOU CULPADA, NÃO!

Eu gritava e chorava, eu só queria poder acordar e ter certeza que tudo havia sido apenas um pesadelo, um pesadelo ruim que eu abriria os olhos e teriam os braços de minha mãe me acolhendo e a voz protetora do meu pai me mantendo com a certeza de que tudo estava bem.

Dois policias seguraram meus braços com força e eu me debatia contra eles e só parei quando meus braços foram puxados para trás e minhas mãos algemadas.

– Querida!

Debbie me abraçou afagando meus cabelos, ela era a unica que acreditava em minha inocência. Debbie é irma do meu pai, atual vice presidente dos Estados Unidos, e a unica mulher que me restou nesse mundo. Ela se afastou de mim limpando minhas lagrimas, sua pele pálida se destacava pelo batom vermelho vinho em seus lábios e seus cabelos negros caiam perfeitamente aos lados do seu rosto.

– Tudo ira ficar bem, eu... Vou tirar você da cadeia, agora me prometa, por favor, que ira ficar bem — suplicou chorosa.

– Tia... Eu estou com medo, eu quero meus pais!

Eu sentia meu mundo girar, eu me sentia abafada. Meus soluços saíam sem pudor, as lagrimas caiam sem pudor enquanto eu era arrastado do tribunal por quatro homens fortemente armados, como se... Eu fosse uma criminosa. Assim que eu sentia o vendo gélido de Nova York em minha frente uma onda de flashs me invadiram, as pessoas gritavam, perguntavam, me xingavam. Mas eu não conseguia escutar nada, eu estava paralisada há tudo aquilo, eu não conseguia acreditar, só consegui acordar do transe que eu havia entrando quando o porta-malas bateu e uma escuridão se fez me deixando sozinha, apenas com os barulhos dos meus soluços.

EUA, Presidio Of Alcatraz — 06h53m PM.

– O delegado irá conversar com você, e em seguida lhe levarei a sua cela. Qualquer ato imprudente lhe resultara a solitária, compreendido?

Cela 23Onde histórias criam vida. Descubra agora