eu não sou ninguém

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— Point Of View
Victor Camilo

"Nome: Bárbara Burrow
Causa: Homicídio doloso
Vítima(as): Antonella Jenner Burrow, Richard Christian Burrow

Pena: Vinte anos de regime fechado, sem direito a nenhuma diminuição mesmo com comportamentos positivos.

Testemunho: Na noite do dia vinte e três de maio de dois mil e quatorze, os vizinhos (Allanah Clark e David Coner) ligaram para a polícia após terem ouvido disparos, a polícia chegou após vinte minutos quatro policiais chegaram a residência dos Burrow. As vítimas foram encontrados na cozinha da casa, mortos. A réu Bárbara, foi encontrada pelos federais em seu quarto após ter tomado vários cumprimidos o que afirma que ela tentou se suicidar após o incidente. As impressões digitais de Bárbara estavam na arma do crime, decretando assim a principal culpada e assassina de seus pais.

Lei Número: 09681-6"

– Amor... — Marie falou manhosa – Vem dormir, já ta tarde!

Suspirei coçando meus olhos e joguei os papéis em minhas mãos sobre a mesa. Eu tentava desvendar cada detalhe daquela noite pelas provas que tinham em minhas mãos, mas tudo parecia perfeitamente encaixado.

O que eu estava pensando?

Bárbara Burrow era uma assassina, e por mais que eu tivesse lendo aqueles papéis e tentando desvendar algum detalhe que provasse o contrário ela era uma criminosa, que cometeu um crime que chocou os Estados Unidos inteiro.

Senti dois braços me abraçarem sobre os ombros e lábios quentes sobre a pele do meu pescoço.

– Vamos pra cama, Victor! Desde que você chegou da delegacia ta todo vidrado nesses papéis.

– É trabalho! — respondi soltando delicadamente seus braços do meu pescoço me levantando da cadeira em seguida.

Marie me encarava com um sorriso de lado e foi impossível não retribuir, suas bochechas estavam coradas como o normal, seu cabelo preto com leves ondas batia abaixo de seu ombro, seus olhos castanhos brilhavam enquanto me encaravam.

Ela era a melhor esposa do mundo.

Soltei o ar pelo nariz assim que aquela menina invadiu meus pensamentos, de súbito puxei a cintura de Marie em minha direção e selei nossos lábios com firmeza passando os braços por sua cintura a puxando para mim.

Eu não poderia pensar naquela garota.

– Você tem razão! — murmurei passando a mão em sua cintura com meus lábios colados aos seus – Eu estou vidrado no trabalho quando deveria estar dando atenção para minha esposa.

Marie riu passando a mão em minhas costas me causando um breve arrepio.

– Ainda bem que o senhor percebeu isso, — falou divertida – Sabe, eu estava conversando com a sua mãe e ela me deu uma ótima idéia!

Soltei Marie dos meus braços e caminhei até a cozinha a puxando pela mão comigo.

– E qual seria essa idéia?

– Adotar um bebê!

Parei subitamente assim que ouvi ela falar aquilo, me virei para a mulher que me olhava sorrindo com seu pequeno baby doll de cetim e franzi a testa.

– Marie... você sabe que...

– Não, amor! — me interrompeu – Você sabe que eu não posso engravidar, e nos já somos casados, formados, temos vinte e oito anos. Já estamos na idade certa e na hora para aumentar a família.

Cela 23Onde histórias criam vida. Descubra agora