nada vai acontecer!

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Presidio Of Alcatraz — 16h20min.
Bárbara Burrow — Point Of View

Minhas mãos tremiam em meu colo e meus soluços saiam sem pudor algum, eu chorava por tudo.

Chorava por saber que eu iria morrer em alguns dias, chorava por estar passando por tudo isso, chorava pela morte e saudade dos meus pais e chorava por estar gostando de um homem que além de ser delegado da penitenciária que eu sou presa é um cara casado!

Limpei minhas lágrimas com força tentando fazer com que todos os meus soluços parassem. Eu sentia uma dor tão grande, era como se tivesse um buraco em meu peito e agora ele estivesse cada vez mais fundo e me engolindo.

Por um lado era bom morrer.

Eu não iria mais sofrer nas mãos de Khloe, não iria ter mais que cumprir por um crime que não cometi, eu não iria mais ter que olhar para o delegado Camilo e ficar criando sentimentos que só irão me machucar ainda mais.

Suspirei deixando que mais algumas lágrima caíssem, mas abri meus olhos ao escutar o barulho de passos pelo corredor. Me levantei da minha cama e caminhei até a pequena pia e passei a água pelo meu rosto para tirar um pouco a cara inchada.

Meu corpo tremeu levemente de susto assim que alto falante falou algo e logo minha cela estava sendo aberta.

Me virei e deixei minha respiração escapar com força assim que vi o delegado Camilo passar pela mesma me encarando sem expressão.

Eu não sei exatamente quanto tempo passamos encarando um ao outro sem dizer uma palavra, apenas estudando nossa expressões. Antes mesmo que eu dissesse alguma coisa Victor caminhou até onde eu estava puxando meu corpo de encontro ao seu.

Fechei meus olhos com força enterrando meu rosto em seu peito e seus braços abraçaram minha cintura com força me mantendo colada a ele.

Eu queria parecer forte, mas eu não consegui, deixei que várias lágrimas saíssem dos meus olhos sem pudor algum. Eu não me importava se estava molhando sua blusa social, e nem ele parecia se importar. Eu só queria aproveitar um dos únicos momentos em que eu realmente estava me sentindo protegida dentro daquele lugar.

– Vai ficar tudo bem! — murmurou.

Permaneci calada deixando que os soluços escapassem da minha boca, minhas mãos estavam agarrando sua blusa com força esmagando o tecido entre meus dedos, eu não queria que ele se afastasse.

– Você sempre diz isso, mas nunca fica nada bem! Sempre acontece alguma coisa e... nunca fica bem!

Victor tirou seus braços da minha cintura calmamente, e suas mãos seguraram em meu quadril afastando meu corpo do seu.

Victor se sentou na cama de baixo do bi-cama pequeno dali e me puxou calmamente pela fazendo-me sentar ao seu lado.

Posei minha mão livre sobre minha perna enquanto a outra Victor a mantinha junto a sua, com nossos dedos entrelaçados.

– Eu não sabia que nada disso iria acontecer! — falou olhando nos meus olhos – Se eu soubesse eu teria procurado alguma forma de desfazer isso, eu liguei para o juiz que deu a sentença e ele...

Victor parou a frase engolindo a seco e desviou seus olhos dos meus encarando a parece a sua frente e pus minha outra mão por cima da sua que estava fortemente agarrada na minha.

– Ele diz que não tem mais jeito, que foi decretado, e que para voltar atrás só provando sua inocência, só que foi confirmado que você é a assassina e então as coisas não podem mais serem revertidas.

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