fim?

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7 MESES DEPOIS

Bárbara Burrow. – Point Of View.

CAPÍTULO ANTEPENÚLTIMO

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Caminhava lentamente pelo longo e vasto gramado sentindo a brisa quente de Nova York atingir meu corpo, e olhei para o céu intrigada. Sempre em que eu via cenas em series que alguém estava sofrendo sempre era em um local frio, e nublado, mas não. Não no meu caso. O sol quente daquela manha pinicava em minha pele alimentando de luz a flor em minha mão.

Sorri de canto para a mulher que limpava o local e a mesma sorriu de lado para mim me reconhecendo, claro, quem não reconheceria uma garota de dezessete anos que havia sido acusada de matar os próprios pais, mas agora todos me tratavam diferente. Eu estava livre, inocentada. Eu deveria estar feliz, não deveria? Então por que céus meu peito doía tanto?

Acredito que quem já perdeu alguém amado me entenda, é uma angustia tão grande dentro de você e tudo que você quer é gritar, gritar para ver se essa dor dentro de você saia, saia e te liberte. Mas ela não liberta, ela machuca, e vai te machucar todas as vezes em que olhar para uma foto da pessoa ou se lembrar de algo dela.

A alguns meses, me disseram que com o tempo toda aquela dor se alivia, mas ela nunca vai passar, ela vai permanecer ali, mas ela vai se aquietar tanto que você nem irá desconfiar que ela ainda exista.

Parei em frente a pedra que havia ali lendo pela milésima vez os nomes escritos ali. Fechei meus olhos com força tentando engolir o choro que vinha toda vez que eu pensava nele.

- Por quê? – sussurrei sentindo meus olhos marejarem ao abri-los – Por que?

As lagrimas caíram novamente enquanto eu me curvava deixando sobre a lápide a rosa que eu havia comprado a alguns minutos. Em minutos que eu tinha sozinha eu me questionava como não havia entrado em uma depressão depois de que tudo aconteceu.

Sete longos e duros meses já haviam se passados. Sete meses em que eu sinto a falta de Victor como nunca senti de outra pessoa. Dois meses do ultimo beijo, das ultimas palavras, dos últimos toques... Por que comigo?

Abaixei meu olhar fitando minha barriga e pousei minha mão sobre a mesma deixando que meus joelhos fraquejassem e com as lagrimas caindo pesadamente em meu rosto comecei a arrancar todas as rosas já muchas e algumas plantas dali de cima, soltei um grito alto que exclamava dor e abaixei a cabeça a encostando na lapede deixando que as lagrimas continuassem a cair.

- Victor? – sussurrei – Eu sinto tanta a sua falta, tanta! Por que você teve que ir embora, amor? Eu poderia lhe esperar, nós poderíamos ter uma família, e-eu — solucei – Eu queria te ter aqui!

Fechei meus olhos com força erguendo minha cabeça.

FLASHBACK ON

– Chaz... Você está me deixando preocupada, pelo amor de Deus, o que houve?

– O Victor... Ele... Ele...

O segurei pelos ombros o chacoalhando levemente fazendo colocar os olhos, quais estavam lacrimejados, sobre os meus.

– Pelo amor de Deus, Chaz, me diga o que houve com o Victor!

Chaz pegou na minha mão e me guiou até o sofá que havia ali me fazendo sentar, assim que me sentei ele se ajoelhou em minha frente segurando em minhas mãos. Eu sentia meu coração bater rápido, coberto de uma camada de curiosidade, nervosismo e medo.

– Você se lembra quando você e Victor estavam fugindo e Ryan encontrou vocês? — assenti me recordando de tal momento – Eu fui atrás dele logo depois para fazer com que ele sumisse do mapa enquanto Victor não conseguisse provar sua inocência, mas...

– Mas o que, Chaz? Fala logo, pelo amor de Deus! — murmurei nervosa.

– Ryan conseguiu fugir do lugar qual eu tinha o levado, e ele foi direto para a delegacia e fez uma denúncia.

– Não! Não me diga que...

– Quando Victor saiu daqui já tinham várias viaturas atrás dele, e ele sabia que estariam atrás dele e mesmo assim ele saiu de carro, e mesmo assim ele fez com que houvesse uma perseguição, ele é delegado ele sabe o quanto isso é perigoso! — agora Chaz já chorava me deixando estática, não, não podia ser o que eu estava imaginando, não podia. – E então em uma das curvas o carro dele derrapou, e como já tava todo fodido por causa das batidas, o carro... O carro...

– Fala, Chaz! Pelo amor de Deus, fala. — cobri meu rosto com minhas mãos.

– O carro explodiu com ele dentro, Bárbara. Victor está morto!

FLASHBACK OFF

Eu imaginava que tudo iria da certo quando Victor saiu naquele dia, mas não, a minha vida mais uma vez virou um caos. Marie provou minha inocência, dias depois da morte de Victor, mas por um momento eu desejei estar presa, presa como Wendy e Khloe, sendo maltratada por elas, por que eu tenho certeza que a dor que eu sentiria seria bem menos que essa que eu sinto agora.

Então eu me pergunto, por que Deus faz isso comigo? Por céus, eu já sofri tanto, eu merecia ser feliz, eu mereço ser feliz, mas sem ele aqui é como se não tivesse mais... sentido.

Só quem perdeu um grande amor da sua vida vai saber o que eu quero dizer, só uma pessoa que sabe qual a sensação de saber que não vai poder mais olhar e nem tocar no homem que você ama sabe o que eu sinto todos os dias.

Fechei meus olhos com força pousando a mão na barriga já grande. Sete meses. Sete meses que eu descobri que estava grávida, e que uma prova do meu amor por ele iria ter vida, e era isso que me fazia continuar.

Eu iria amar esse filho por nós dois, eu vou cuidar dele como eu sei que ele iria cuidar, vou deixá-lo sempre saber da existência e história do pai e todas as cenas de uma família perfeita que eu já imaginei com Victor, eu iria assumir sozinha agora.

– Eu te amo, meu amor!

TERCEIRA PESSOA. — POINT OF VIEW.

O homem de blusa branca parou em frente ao cemitério enquanto observava a garota entrar em seu carro, os olhos fundos devido ao choro recente. E ele não pode impedir de levar seu olhos para a barriga dela, por céus, o que ele tinha feito de sua vida?

Pôs novamente os óculos escuros e subiu o capo do casaco assim que viu a mulher dos longos fios castanhos olhar ao redor como se soubesse que estava sendo observada.

Assim que ela se convenceu de que aquilo era coisa de sua cabeça, Bárbara seguiu com o carro para longe daquele lugar. O homem suspirou colocando as mãos no bolso da calça enquanto caminhava pelas longas e movimentadas ruas de Nova York de cabeça baixa para que ninguém o visse e muito menos o reconhecesse, não colocaria tudo a perder.

A saudade era imensa, a vontade de se aproximar avassaladora, porém era tudo uma questão de segurança, sabia os riscos que ele, ela e o bebê sofreriam caso todos descobrissem que ele estava ali. Foi um plano perfeito.

O homem adentrou da pensão barata e suja que se hospedou assim que voltou para essa cidade, o que não tinha muito tempo. Observou a velha ranzinza atrás do balcão e antes de subir as escadas de madeira ouviu a voz da mesma.

– Não se esqueça de pagar o aluguel senhor... — fechou os olhos com força tentando se recordar – Como é mesmo seu nome?

O homem virou com um sorriso pretensioso de canto observando a velha gordinha e baixa.

Meu nome é Augusto Camilo.

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