Ontem completou um ano desde que cheguei aqui. Minho transformou o Newt em corredor na primeira semana dele, o loiro era muito egocêntrico e sempre estava de cara fechada, mas ele não era tão ruim.
Começamos a fazer uma enfermaria uns meses atrás, não demorou muito para ficar pronta, aprendemos algumas coisas, na prática, outras devido a livros que achamos na caixa. Conforme eu lia, sentia que já sabia aquelas palavras de cor, por isso Alby decidiu me colocar no comando da enfermaria.
— Eai, gatinha? – era o Minho, ele estava encostado na porta de bracos cruzados me observando enquanto eu estava deitada em uma maca lendo.
— Já falei para não me chamar de "gatinha" – o mesmo se aproxima e senta-se numa cadeira na minha frente – do que precisa?
— Queria falar sobre uma coisa que falamos na última reunião, já que você não quis ir – fecho o livro que estava lendo para prestar atenção no que ele queria falar – por questões de segurança, a partir de hoje, os corredores todos os dias, depois que saírem do labirinto, iram vir aqui na enfermaria para serem examinados, para termos certeza de que não foram picados.
— Tudo bem, pode deixar que eu mesma faço isso – ele sorri – então te vejo no final do dia? – ele se levanta.
— Sempre – ele sai para ir para o labirinto começar o dia.
Por não ter para fazer na enfermaria, decido dar uma volta na Clareira, para esvaziar a cabeça. Quando olho para o lado, vejo um dos construtores cortando um tronco de árvore com a ajuda do Gally.
Por um descuido do garoto, o machado acaba raspando de relance no rosto do Gally, fazendo um corte não tão profundo. Ele coloca a mão em seu rosto e, quando eu vejo que ele vai atacar o garoto, logo corro em sua direção.
— Gally, não faz isso – fico na frente dele para proteger o garoto – não foi culpa dele, foi um acidente.
— Um acidente? Eu vou fazer um acidente bem feio na cara dele! – Ele ameaça me ultrapassar, mas eu não me movo – sai da minha frente, Lia.
— Você sabe que eu não vou sair – olho nos olhos dele – vamos para a enfermaria, eu vou fazer um curativo no seu rosto e você vai deixar o garoto em paz, ouviu? – ele abre a boca para me contrariar, mas logo retruco ele – eu perguntei se me entendeu, consegue responder essa simples pergunta? – o mesmo me olha surpreso, pelo fato de nunca ter me visto falar assim com ninguém.
— Sim, "senhora" – o loiro fala com ironia, mas se arrepende ao ver que não gostei da piada – desculpa, não vai se repetir.
— E você, garoto – viro para o menino que estava atrás de mim, que se assusta quando dirijo a palavra a ele – já pode ir, vá ver com o Alby outra tarefa para você – ele concorda e sai rápido tentando não correr – vamos, Gally.
Fomos até a enfermaria, enquanto faço o curativo, me sinto arrependida pelo modo que agi anteriormente, perdida em meus pensamentos, acabo apertando a ferida dele sem querer, fazendo-o reclamar de dor.
— Desculpa – ele ri.
— Nem doeu – reviro os olhos e logo termino o curativo.
— Pronto, precisa de mais alguma coisa? – sorrio para o mesmo, esperando sua resposta.
— Você seria interessante – arregalo os olhos ao escutar isso enquanto ele se aproxima.
— Estou atrapalhando? – me afasto do Gally, sentindo-me salva por um fio quando vejo o Newt encostado na porta de braços cruzados.
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Maze Runner - O Começo De Tudo [Sendo revisado]
AventuraNossa história começa antes do primeiro filme de Maze Runner, contando a visão da nossa personagem principal e sua experiência acompanhando todo o caminho. (Contém algumas coisas dos livros de James Dashner e tenta ser fiel ao filme maze runner - c...