Gally olha no fundo dos meus olhos, indignado por eu estar brava com ele pelo fato de não ter me deixado entrar no labirinto.
— Eu não vou deixar você se matar! – ele solta meu braço e vai em direção a Clareira.
— Já chega pessoal, todo mundo circulando – Newt diz e após acalmar todos vem até mim – Lia, vamos, eu te levo até sua tenda – o loiro coloca seu braço em volta do meu ombro, tentando me confortar.
— Eu acabei de perder duas pessoas muito importantes pra mim, quero ficar sozinha um pouco – por um segundo achei que tinha o convencido.
— Não – ele se posicionou na minha frente, segurando meu rosto para ter certeza que eu estava olhando em seus olhos – você não me deixou quando eu precisava de apoio, agora me deixe retribuir o favor – puxando minha mão fui levada para minha tenda, onde acho outra flor branca, logo a pego e fico admirando.
— Por que deixa elas todo dia na minha tenda? – Newt parece surpreso com a pergunta, mas não recua e responde com naturalidade.
— No começo, eu nem sabia direito – ele se sentou na minha cama – mas depois, virou uma forma de mostrar que estou aqui com você, todos os dias.
[...]
Faltava menos de uma hora para o amanhecer e os meninos estavam se reunindo na frente dos portões, na esperança dos garotos estarem vivos. Caçarola veio na minha tenda me chamar, ao acordar percebi que Newt estava dormindo abraçado a mim, fiquei tão surpresa quanto ele.
— Eu ia te chamar para ir com todo mundo, mas parece ocupada – ele parecia um pouco sem jeito – por isso que não achei ele em lugar nenhum.
— Não aconteceu nada, só esquece – o mesmo balança a cabeça e sai da tenda – que merdilha!
— Aconteceu alguma coisa? – o loiro diz com a voz roca enquanto esfregava os olhos tentando se manter acordado.
— Os portões já vão se abrir, precisamos ir.
Todos se encontravam esperando a volta dos garotos que ficaram presos no labirinto. Os portões estavam se abrindo, Chuck nos alertou fazendo a maioria se levantar e aproximar-se. A ansiedade tomava conta enquanto meus olhos procuravam os garotos sem sucesso.
— Eu disse, eles não vão~
— Vão sim ou eu mesma vou atrás deles – os Clareanos se espalhavam, indo em direção as suas obrigações.
— Eu disse! – Chuck comemora ao ver os garotos voltando com Alby sendo carregado pelos dois, assim alertando os outros sobre a volta deles, sem pensar duas vezes entro no labirinto e corro até eles.
— Você não deveria entrar aqui – com um abraço, surpreendo Minho não deixando ele continuar com a sua bronca.
— Pode brigar comigo depois, mas agora vamos levá-lo para enfermaria.
Minho disse que o novato tinha matado um verdugo, acho difícil de acreditar, mas Minho não iria mentir. Fiz o que pude para ajudar o Alby, porem ele não acordou ainda. Uma reunião foi convocada e no momento que o Chuck veio me chamar sabia que iria ser no mínimo estressante.
— As coisas estão mudando – com as palavras de Gally a cacofonia cessou, dando para ouvir até mesmo os barulhos dos insetos – não tem como negar isso, primeiro o Ben foi picado a luz do dia, depois o Alby, agora o nosso novato tomou a iniciativa de entrar no labirinto, o que é uma clara violação das regras.
— Mas ele salvou a vida do Alby.
— Salvou? – Gally disse quase com um tom de ironia, Newt não pareceu gostar muito disso, como eu disse "no mínimo estressante" – por três anos nós coexistimos com essas coisas e agora – ele se vira apontando para o garoto problema – você matou uma delas, quem sabe o que vai acontecer agora.
— E o que sugere que a gente faça? – o loiro pergunta.
— Ele tem que ser punido – os outros garotos ficam agitados reclamando da "decisão"
— Minho – quando Newt o chama, a sala fia silenciosa novamente – você estava lá com ele, o que acha?
— Eu acho que em todo esse tempo que estivemos aqui, nunca alguém tinha matado um verdugo.
— Isso todos nós sabemos – todos os olhares vão para a minha direção – precisamos equilibrar tudo o que aconteceu e ver se Gally está certo ou se o novato vai ser "inocentado" – os olhares voltam para Minho esperando uma resposta.
— Quando eu virei as costas e sai correndo, esse merdilha ficou para ajudar o Alby, não sei se ele é corajoso ou burro, mas seja o que for, precisamos de mais disso – olho para o novato tentando entender o que passa na cabeça dele sendo encarada de volta – devemos fazer dele um corredor – os Clarianos ficam agitados novamente por conta da sugestão.
— Que merdilha!
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Maze Runner - O Começo De Tudo [Sendo revisado]
AdventureNossa história começa antes do primeiro filme de Maze Runner, contando a visão da nossa personagem principal e sua experiência acompanhando todo o caminho. (Contém algumas coisas dos livros de James Dashner e tenta ser fiel ao filme maze runner - c...