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Eron

Ri rouco assistindo Denver e Solyn disputarem um ovo de dragão que virou pedra. Astaroth, ergueu seus olhos dourados para acompanhar a disputa assim como eu. Seria fácil para nós, mas meu dragão parecia completamente sem vontade.

— Guardando energia para disputar por uma fêmea?_perguntei baixo e sua garganta tremeu em um som mais parecido com um resmungo.-Vamos amigão. Não fique assim! Você vai conseguir uma fêmea que te enxergue através da criatura preguiçosa que você é.- o dei alguns tapinhas em sua pata dianteira, sentindo as duras escamas azuis meia noite contra minhas mãos.

Astaroth virou sua enorme cabeça em minha direção, seus pomos no alta da mesma parecia um par de chifres afiados. Ele grunhiu de mal humor. E parecia que não tinha vontade de falar comigo também.

Dragões pousaram no pátio entre as gramíneas e lama causada pela chuva de ontem. O clima estava ameno, o céu nublado de forma de que ainda estava claro de mais para me fazer apertar os olhos.

Alguns cavaleiros vieram de fora de Fortaleza de Pedra apenas para a época de acasalamento dos dragões. E eu tinha quase certeza que era isso que estava deixando Astaroth de mal humor. Muitos machos e poucas fêmeas. A disputa seria uma mistura de caos e carnificina. Talvez ele não estivesse tão disposto a acabar com grandes cicatrizes por causa de uma fêmea.

Dois dragões passaram por nós, se arranhando com aquelas garras que facilmente empalariam um homem adulto robusto. Seus urros de fúria, agudos e bestiais faziam meus ouvidos zumbirem. As fêmeas ficavam apenas observando, quietas em seu próprio canto.

— Não é em vão que dizem para os cavaleiros ficarem longe dos prados na época de acasalamento. Vocês se tornam bestas irracionais por causa de uma fêmea.

Como se humanos fossem diferentes! – Astaroth resmungou em um revirar de olhos. – Por que não vai caçar uma fêmea da sua espécie e me deixa em paz?

— Porque a época de acasalamento é sua não minha!

Humanos não têm época de acasalamento!

— É por isso mesmo! Eu posso fazer isso a qualquer instante, mas vocês a cada ano.

Astaroth me olhou de esgueira, cheio de desgosto e irritação por minha presença no campo de pouso. Um calafrio correu meu corpo, espetando cada maldito pelo em mim até meu couro cabeludo. E sentindo também, Astaroth ergueu a cabeça atento, rondando o céu nublado e as densas nuvens levemente cinzas. Eu vi suas escamas de todo o corpo tremerem como se uma descarga elétrica tivesse nos percorrido.

A sombra que passou a cima de nossa cabeça mal nos deu tempo de olhar para a direção quando, bem a nossa frente, com as asas completamente abertas pousou no vale e tremeu o chão. Meus olhos arregalaram ao ver o enorme dragão branco. Astaroth era grande, forte, mas aquele dragão... Era algo que eu nunca tinha visto antes.

Astaroth me envolveu com seu longo rabo, me trazendo mais para perto, pressentindo algum tipo de perigo que eu não fazia ideia, apenas sentia correndo em minhas veias.

— Para com isso!_ grunhi baixo empurrando sua pata e ergui meus olhos para o campo de pouso estranhamente quieto agora. Todas as brigas tinham simplesmente cessado. As fêmeas se encolheram como se tivessem sido reduzidas a criaturas mortais.

Olhos púrpura do dragão branco rolaram pelo vale, observando cada dragão. Suas escamas brancas contra a fraca luz do dia lembrava uma pérola, com um suave brilho lilás quando se mexia. O som de couros me fez erguer a cabeça. Uma mala foi lançada para o chão batendo de um jeito seco. E pela asa membranosa impecavelmente branca, seu cavaleiro.

Esquadrão de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora