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Ayvah

Levantei antes que o sol nascesse. O céu continuava nublado enquanto me vestia de forma ágil e eficiente. Sansaya subiu pela lateral de meu corpo e se instalou em seu lugar de costume. Andei pelos corredores em silêncio, e dei de cara com Shandon.

— Bom dia senhorita Ayvah!

— Quais os melhores cavaleiros, Shandon?- perguntei de forma direita continuando minha caminhada em direção ao pátio principal.

— Bom, nós temos alguns talentosos, mas Eron está no topo. Você o conheceu e testou ontem.

— Quero os outros no pátio dentro de uma hora!

— E Eron?

— Tenho meus próprios testes para cada um deles. - respondi rolando meus olhos ao redor.

Ele concordou e se apressou para fazer o que lhe foi ordenado. Desci as escadarias de pedra de forma ágil e Eron estava escorado no aro de pedra, seus braços fortes cruzados de forma relaxada.

— Venha! - ordenei baixo e ele se afastou da parede para me seguir para algum lugar isolado.

— O que vai me ensinar?

— Primeiro eu preciso ver o que você tem de poder mágico antes de enfia-lo nisso. Seu corpo pode não suportar o que eu tenho pra você. - disse séria com a brisa fria da névoa batendo meu corpo quando saímos em direção ao fundo dos alojamento. Parei, me virando de frente, e apontei para uma pedra. - Sente-se!

Ele o fez intrigado. Astaroth embolado em seus ombros, desceu pelo peitoral se agarrando ao tecido da camiseta com garras. Ele pulou para a grama, me olhando. Seus olhos dourados piscaram e apontei com o queixo para longe. Ele voou, e voltei a olhar para Eron quando a brisa do bater de asas se tornou intensa, indicando que Astaroth estava em seu tamanho real.

— Ele te apelidou de feiticeira. - Eron sussurrou em um sopro e o dei um fraco sorriso e estendi a mão. Sem entender ele pousou sua mão na minha.

— Isso vai doer um pouco. Tente aguentar! – sussurro, e ele apertou as sobrancelhas.

Poder se reuniu em meu interior, incandescente e familiar, correu por minhas veias, tremeu minhas entranhas enquanto encarava os olhos de Eron. Lindos olhos azuis me olhando de volta em expectativa e curiosidade. E fios púrpura correram em minhas veias indo em direção a sua mão e apertei a sua e ele a minha. Fechei os olhos de forma tranquila e o grunhido de dor que escapou da garganta de Eron não me fez recolher. Mais...mais a dentro... Vamos! Onde você está?

Eu senti o chamado. Magia sempre se agitará já presença de semelhança. Uma faísca em comparação ao incêndio púrpura dentro de mim. Astaroth estava lá, rugindo pra mim por causar dor em seu cavaleiro, pela invasão. Os joelhos de Eron bateram no chão e ele agarrou meu pulso para se libertar.

Azul meia noite, como Astaroth. Eu via aquela bola flamejante, sentia seu estranho calor frio. Ela era forte apesar de pequena. Soltei a mão de Eron e ele puxou o ar em um extenso fôlego, seu rosto estava pálido quando ergueu os olhos para mim e então abaixou os olhos para o próprio pulso agora marcado com runas como as minhas.

— O que você fez?- ele grunhiu rouco sem voz.

— Eu despertei a magia dentro de você. Você era quase nulo. - dei de ombros e Astaroth pousou atrás de mim. Sansaya que ainda estava em meu ombro, apenas ergueu a cabeça vendo o dragão azul furioso.

Eron grunhiu, parecendo drenado e exausto. E pisquei lento o olhando dentro dos olhos com tranquilidade.

— Consegue sentir?- perguntei em um sopro e Eron tocou o próprio peito. As mãos trêmulas.

Esquadrão de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora