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As árvores passavam por nós como vultos marrons, Astaroth alternava entre um lado a outro. O espaço era curto para qualquer batida de asa, mas era isso que precisávamos. Do pouco. O muito ainda seria treinado, mas se ele pudesse se mover com o pouco espaço, isso o ajudaria a escapar de qualquer ataque curto.

Seu corpo ondulou ao contornar, seu rabo bateu em uma árvore e a estraçalhou antes de começar a subir. Nuvens cada vez mais cinzentas acima de nossas cabeças, sua respiração estava pesada e apenas encaramos o céu acima.

— Ótimo! Foi muito bom para seu primeiro dia! Hora de descansar.

Porém, Astaroth abriu as asas, planando nós bolsões. Dois dragões passaram por nós com seus cavaleiros brincando.

— Hey, Eron! Caça ao...– Denver se calou ao me ver, e o ovo despencou de sua mão para uma quadra livre. – Ayvah?

Virei meus olhos para a cabeça de Astaroth.

— Pegue o ovo! – Ordenei e ele se lançou para um novo mergulho, suas asas fechadas como treinamos. Denver aceitou o desafio, alguns metros atrás.

O olhei pelo canto dos olhos, e ele riu. O brilho em seu rosto sumiu quando Astaroth esticou o corpo inteiro, e ganhamos mais velocidade em direção ao chão. O ovo estava a alguns poucos metros. E sorri quando Denver começou a levar a sério a disputa. Novamente se equiparando.

O avaliei minuciosamente, cavaleiro e dragão. Denver tinha técnica, e aparentemente sabia disso. Havia confiança em seus olhos, um sorrisinho em seu rosto se alargou e e contive o meu quando voltei a encarar o ovo.

— Agora Astaroth!– ordenei e Astaroth bateu as asas com todas suas forças, rompendo aquela distância mais uma vez e agarrou o ovo e abriu as asas, planando enquanto os outros mergulharam. Ele manobrou, como se estivesse entre as árvores quando Solyn tentou nos capturar. Um teste vivo de seu progresso. O acompanhei de esguelha enquanto nós afastamos em um vôo agitado, e rapidamente vi que o mais jovem estava tramando algo para ganhar aquele jogo.

Potencial. Havia potencial nesses brutamontes de pedra. Tão diferente do que o restante do reino diz sobre eles. Não são apenas cavaleiros indisciplinados, e ego frágil. Eles tem espírito de batalha.

  Para mim, cada cavaleiro de Fortaleza de Pedra poderia valer a pena. Eles só precisavam de um pouco de treino, e uma chance de provar seu próprio valor.

Astaroth pousou abruptamente no pátio, batendo as asas em vitória, e escorri para fora. Desfiz os nós em meus cabelos e Astaroth deixou o ovo no chão e me abaixei para pegá-lo, o jogando para Solyn. Alisei a pata de Astaroth.

— Versão de bolso?

Ele concordou, e bastou uma lançada de poder que me deixou tonta, mas ignorei. Estendi minha perna e ele escalou por ela, suas garras se fincando nas escamas do macacão, e se instalou sentado em meu ombro.

— Você tomou o dragão de Eron?– Denver perguntou incrédulo.

— Oh não! Astaroth apenas fez um pequeno sacrifício pelo bem dos dois. E me deixou muito orgulhosa. – ronronei e ele balançou a cabeça.

— Olhe só para esse traidor!– Eron grunhiu irritadiço aparecendo com um livro de magia de baixo do braço– Você me bloqueou! E ainda a deixou monta-lo!

   Ri de sua expressão e me aproximei, esticando meu braço e Astaroth caminhou por ele, e se jogou em um curto voo para o ombro de Eron.

Continuei caminhando, juntando minhas mãos atrás das costas.

— Eron, você deveria ter visto Astaroth lá em cima! Foi incrível! – Denver suspirou eufórico.

— Então o problema não é o dragão e sim o cavaleiro! – Solyn brincou, e Eron bufou me seguindo.

Esquadrão de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora