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Algumas horas haviam se passado. Shandon me mandou vir pessoalmente buscar a filha do Duque Deathfild e cavaleira de ataque do Esquadrão de Fogo. Tantos títulos que cada passo em direção àquela porta me fazia repensar mil vezes qual palavra sairá de minha boca.

Engoli em seco e ergui minha mão fechada para bater na porta. O som oco das batidas reverberou pelo corredor de pedra. Passos suaves foram ouvidos, e a porta foi aberta. Seus cabelos estavam um tom mais escuro enquanto o cheiro adocicado suave de jasmim inundou minhas narinas. Mas foi no emaranhado escamoso branco na cama que meus olhos caíram. Minha boca se abriu. Era um filhote de dragão branco?

Ayvah levou o indicador aos lábios. E que lábios. Me indicando silêncio absoluto. Ela deu uma boa espiadela para o pequeno dragão e fechou a porta atrás de si. Seu corpo agora mais perto do meu agora no corredor.

— O que mais você trouxe naquela mala? Não me diga que trouxe um filhote em uma mala! – grunhi em um sussurro e Ayvah riu com estranheza.

— Não é um filhote! Filhotes são bem maiores, acredite! É Sansaya! Bom, uma versão miniatura dela. – ela deu de ombros e minha boca ficou aberta.

— Como?

Feiticeira!

— Vocês não trabalham com magia aqui?

Engoli em seco balançando minha cabeça atordoada.

— Sim! Não! – apertei as sobrancelhas com força – Eu nem sei dizer se o que praticamos é magia depois do que acabei de ver.

— Para seu alívio – ela se inclinou em minha direção para sussurrar ainda mais baixo – Esse tipo de truque não é para qualquer portador de magia.

— E eu já tive muitas provas em um único dia que você não é uma qualquer. – grunhi baixinho entre os dentes. – Eu vou ter que me esforçar muito para tentar me igualar.

Você precisaria se esforçar a vida toda e ainda não chegaria ao nível mágico dela. Estou dizendo, Eron. Ela deixa minhas escamas espetadas.

Suspirei pesadamente, tombando a cabeça.

— Entusiasmador, Astaroth!– murmurei e o som de garras raspando furiosas na porta no interior do quarto nos fez olhar.

— Oh merda! Ela acordou. Fique quieto e dê um passo para atrás. – ela ordenou de forma tranquila e obedeci dessa vez. Ela abriu a porta, e a dragão branca agora do tamanho de uma iguana, caminhou pelo corredor. O som de seus passinhos me deu vontade de rir e gritar o quanto ela tinha se tornado fofa. Mas Astaroth rosnou alto o bastante dentro de mim para me lembrar de sua derrota.

—Por favor, me ensine a fazer isso com Astaroth!– quase implorei em um sopro ainda aturdido e extasiado.

— Bom, podemos tentar. Não tenho muito o que fazer aqui além de observar. Então pode ser divertido.

— Não está ressentida comigo por causa da lama e da briga?– perguntei verdadeiramente aflito e Ayvah arqueou a sobrancelha.

— Por que estaria? Esse não é o jeito de vocês dizerem " olá!" ?

— Eu preferia não ter o feito. – Dei de ombros e ela me deu um caloroso sorriso estreito – É hora do almoço. E Shandon mandou preparar um banquete. Eu vim perguntar se você não quer vir morar aqui até que tenhamos a sensação de que a Fortaleza de Pedra virou um paraíso.

Ela gargalhou tombando a cabeça.

— Estranhamente, eu gosto de você Eron. Acho que sua primeira impressão, não foi tão ruim afinal. – Ela sussurrou se virando para ir pelo corredor. Sansaya estava olhando para mim, vigilante. – Vá voar.

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