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Ayvah

Thomas apoiou os braços na mesa e me encarou dentro dos olhos.

— O que está tentando provar fazendo aquilo, Ayvah? E deixar ser drenada de tal forma não causa uma boa impressão se é o que está tentando fazer.

— Foda-se Yuriel e o que ele acha que eu preciso. – quase cuspi as palavras, parecendo que fogo tinha começado a correr em minhas veias. O laço do outro lado, estava quieto. Sansaya ainda está dormindo, mas eu ainda estava a sentindo.

— Você e Sansaya mataram três dragões inimigos sem esperar por reforço. Victor não está mais aqui Ayvah. Vai precisar se adaptar a isso até outro cavaleiro for escolhido! Não pode resolver tudo sozinha! Não pode tentar se matar de tal forma!

Suspirei, pousando minhas mãos na cabeça e afastando os fios de meu rosto.

— Desculpe, Thomas. Mas tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar sentada aqui ouvindo um sermão. Depois de cavaleira, sou caçadora de bestas. Não submeti a Sansaya a força naquele ataque. Nós somos um. E se ela quer fazer isso sozinha, eu irei com ela.

— Você mal consegue ficar de pé!– Thomas rosnou– Não me faça concordar com Yuriel, Ayvah. A última vez que te vi desta forma que,mal consegue ficar de pé... – ele torceu o rosto como se a lembrança o deixasse enjoado.

Bati a mão na mesa que tremeu. Mais rápido, mais quente, mais furioso. Eu estava em um processo de eclosão mágica em meu interior se acumulando segundo após segundo.

— Parece que estou pronta para morrer agora?– grunhi entre os dentes e Thomas engoliu em seco. Seus olhos estavam vidrados quando os desviou de forma desconfortável. Então minha pele formigou, e aquilo que ele viu adormeceu.

— Eu só estou preocupado. – murmurou em um sopro – Se perdermos você e Sansaya, o estrago que isso causaria seria irreparável.

Suspirei tentando acalmar a tempestade de fogo púrpura dentro de mim, e me forcei a voltar a comer.

— Mantenha meu momento de fraqueza em segredo.

— Não sou um dragão. – Thomas me deu um sorriso ladino acolhedor.

— Mas Ghendal é. E provavelmente está ronronando com tantas informações.

— A maioria dos dragões gostam de você Ayvah. Estranhamente, eles ficam quietos quando o assunto pode prejudica-la.

— Eu ganhei um apelido novo aqui entre os dragões. – Os olhos azuis brilharam curiosidade e o dei um sorriso ladino suave. – Feiticeira. E eu gosto de como sooa.

— Ayvah Deathfild, a Feiticeira do Dragão, morte encarnada, terror incandescente... – Thomas sussurrou saboreando a sonoridade daquelas palavras em sua boca – E sua lista de apelidos apenas aumenta a cada dia. E eu gostei como sooa o conjunto deles. – Thomas sorriu, piscando lento – Ghendal – ele justificou que tais palavras eram do dragão.

— Talvez eu ganhe mais alguns com os anos.

Thomas riu rouco.

— Então, comprovou os fatos por aqui? Victor estava certo?

— Ainda não vi ninguém disputando quem tem o maior pau, mas acho que eles não vão tentar fazer isso em minha presença.

— Sorte deles. – o ruivo arqueou a sobrancelha me arrancando uma risada baixa verdadeira. – Algum cavaleiro em potencial?

— Ainda não medi o de ninguém.– Thomas engasgou com a própria saliva, e ri sapeca de seu rosto vermelho. Ele me lançou um olhar repreendedor e os cantos de minha boca se torceram em um sorrisinho. – Ainda não tive muito tempo, mas já tenho alguns candidatos que eu mesma vou treina-los para a seleção.

Esquadrão de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora