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{Ezra}

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{Ezra}

Monrak é sombrio. Tenho certeza que se todos ficarem em silêncio dá para escutar os pedidos de socorro. Não me surpreenderia já que quem comanda isso é o amargurado do Hades.

Estou andando perdido pelos corredores, coisa que acontece com frequência já que esse lugar parece um labirinto, mas um som chama a minha atenção.

Encosto minha orelha em uma porta no fim de um dos corredores da parte mais vazia do castelo e escuto gritos abafados.

Lentamente eu abro a porta e encontro uma grande escadaria que desce. Uau, será que isso dá pra salinha de tortura do Hades? Tenho certeza que ele tem uma dessas.

Uso um castiçal com a vela acesa que estava preso na parede e desço as escadas silenciosamente.

O ar fica mais pesado à medida que eu me aproximo do fim das escadas. O eco de gemidos abafados e rangidos metálicos preenche o ambiente, aumentando a tensão. Talvez eu não devesse estar aqui. Só talvez.

Quando chego ao calabouço, vejo inúmeras celas vazias, ainda sim, o ambiente é sombrio. Sigo o som até uma cela mais distante e me escondo, minha boca fica seca com a visão.

Hades está sem camisa, até aí é normal, mas ele está ensanguentado. Há sangue em seus punhos, em seu rosto e pescoço, que escorre para seu peito. E o olhar dele... Nunca vi um olhar tão morto. Tão vazio.

– Para, por favor Hades. - Minha respiração engata ao reconhecer a outra voz.

Kai.

– Por favor? Por favor, irmão? - A voz de Hades é como um mero sussurro, mas a raiva é completamente notável. - Você não sabe as merdas que eu já escutei por sua causa.

Escuto Hades enfiando algo no Kai, provavelmente uma faca, já que Kai grita de dor. Fecho meus olhos e tento controlar a minha respiração.

– Você está fazendo isso por ela?

– Não ache que meu ódio por você se resume na Adeline. Você e sua aura de senhor perfeitinho sempre foram algo detestável. - Hades tira a faca de Kai e joga no chão. - Tudo que você tirou de mim. O jeito como a família sempre te quis no trono. Não eu. Você.

– Nossos pais-

Seus pais! Eles nunca me trataram como filho. Apenas como mais uma peça no joguinho doentio deles. Agora você, o doce e benevolente Kai Veilmont, sempre teve tudo.

Decido dar meia volta e subir. Essa conversa não me diz respeito. Porém, sem querer chuto uma pequena faquinha, fazendo um barulho. Hades e Kai ficam em um completo silêncio.

Antes, se eu pudesse escolher um momento para sumir, seria quando eu sem querer pegava Louise e Freya no flagra dando uns amassos. Mas agora, eu poderia sumir nesse exato momento.

𝐑𝐄𝐃𝐄𝐌𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora