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Uma vez quando eu era criança, minha mãe apareceu com um tipo de veneno raro, dizia ela que ele era tão eficaz que seu efeito fazia o coração parar em exatos 4 minutos

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Uma vez quando eu era criança, minha mãe apareceu com um tipo de veneno raro, dizia ela que ele era tão eficaz que seu efeito fazia o coração parar em exatos 4 minutos.

Ainda me lembro do desespero de Estela e Louise quando minha mãe aplicou uma dose minúscula em minha veia.

O veneno fez meu coração desacelerar tanto que eu achei que iria morrer em menos de 1 minuto, a dor em meu peito era quase insuportável. E as dores não diminuíram ao passar das sessões, e minha mãe achava que eu nunca iria me tornar imune a aquele tipo de veneno.

9 meses e 16 dias foi o tempo que meu corpo levou para aceitar o veneno, aí minha mãe aumentou a dose e passei por aquilo novamente.

"Todos são sedentos por poder, Adeline."

"Vão fazer de tudo para roubar sua coroa, mas você precisa estar pronta."

"Ninguém tem fé em uma rainha fraca."

Era como ela justificava as sessões de tortura com o veneno. Não a culpo já que na cabeça dela, ela estava nos protegendo de sermos assassinadas por envenenamento.

Mas convenhamos, aplicar veneno nas próprias filhas pequenas é um jeito traumático de "proteger" suas crianças.

– Estou atrapalhando alguma coisa, ruivinha?

Saio dos meus pensamentos e olho para a porta do meu quarto, e meu sorriso se abre ao ver Ezra.

– Você nunca atrapalha. - Ele sorri e me abraça. - Vem, toma café comigo.

Ele se senta ao meu lado numa mesinha perto da minha cama e pega uma torrada.

– Cadê o Hades?

– Viagem de negócios. Cadê a Lou?

– Eu vim na frente, ela deve chegar no almoço. - Eu aceno e ele pega a minha mão carinhosamente. - Você está nervosa?

– Muito. E parece que está pior já que minha mãe e Estela estarão aqui e Hades ainda não chegou.

– Eu conversei com Estela quando voltamos para casa. - Eu olho para ele esperançosa mas sua expressão mostra que a conversa não correu bem.

– Suponho que a conversa foi ruim.

– É, ela me ignorou e saiu batendo os pés igual uma mimada. Honestamente ruivinha, eu estou cansado de tentar algo com sua irmã. Ela é...

– Difícil?

– Mimada. - Ele fala por cima de mim. - Você deveria parar de tentar concertar as coisas sendo que ela está errada.

– Eu sei, Ez... Mas ela é minha irmã.

– Não é porque ela é seu sangue que você tem que escutar merda dela, Adeline.

𝐑𝐄𝐃𝐄𝐌𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora