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sem revisão.

Andrade's Pov

Pensei tanto que quando dei por mim, o sol já nascia me avisando que aquela noite eu não preguei os olhos. Levantei para fazer minha higiene, tomei banho, vesti uma calça jeans clara, uma camiseta grande preta, calcei uma meia e resolvi ficar apenas com ela.

Ao sair, o pessoal estava com deixando nosso café da manhã na área de descontaminação. O peguei e arrumei a mesa. Logo depois, outra equipe veio para coletar nossas amostras, mas Juliette ainda estava dormindo. Pedi para eles deixarem o material que eu iria coletar e chamaria para eles levarem. Voltei para a poltrona e fiquei vendo o movimento lá fora. Mil coisas passando na cabeça

Eu só queria uma luz de como fazê-la acreditar que eu não vou fugir. De que tudo o que eu preciso é dela ao meu lado, que eu vou dedicar minha vida a fazê-la feliz. Eu nunca mais vou fugir dessa mulher, mas vou dar o espaço que ela está impondo. Preciso respeitá-la.

Ainda imersa em pensamentos me assustei com uma Juliette cheirosa e já trocada se jogando em meu colo e escondendo o rosto na curva de meu pescoço.

-Bom dia, galega.

-Bom dia, Ju. Dormiu bem?

-Dormi e você?

-Dormi sim. -Menti. -O café tá na mesa.

Juliette levantou o rosto me olhando e fez um carinho em minha bochecha.

-Me desculpa?

-Desculpar o que, Ju?

-Por ter falado aquelas coisas ontem. Eu não queria falar aquilo.

-Você não tem que se desculpar, nada daquilo deixou de ser verdade. Eu não vou deixar de te amar, mas vou respeitar sua decisão. Só quero o seu bem. E o do bebê. -Falei desviando o olhar e tocando em seu ventre em um carinho. -Você vai ser o carinha mais feliz desse mundo, Jujinho.

Ela soltou uma risada gostosa e me abraçou.

-Jujinho? Você não existe, sabia?!

-Existo, Ju. Aqui, ó. Em carne e osso, mais osso que carne, mas em carne e osso.

Ela riu ainda mais e aquela risada era um doce néctar dos anjos de calmaria em meu caos. Suspirei.

-Vamos tomar café?


[...]


Antes de comermos, eu coletei as amostras de Juliette e ela as minhas. Ela era cuidadosa em cada passo. Suas mãos eram leves, eu quase não senti quando ela me furou. Depois que vieram resgatar as coletas, fomos tomar café, acabei tomando um suco porque não estava com fome. Juliette conseguiu se alimentar bem, mas acabou vomitando alguns minutos depois.

Bianca e Arthur vieram falar conosco sobre o andamento dos resultados. Como previsto, ainda não havia um resultado fechado e não tínhamos previsão de saída. Um pouco depois Roberta e Camilla apareceram. Roberta entregou nossas medicações e ficamos conversando um pouco. Pedimos alguns jogos e livro para passar um tempo e elas disseram que iriam providenciar.

Passamos o dia conversando, assistindo filmes e Juliette dormindo.

Quanto mais o tempo passava, mais eu começava a me preocupar e me sentia impotente por não poder fazer nada. E nessas incertezas, estávamos no nosso quinto dia de isolamento.

Juliette está uma pilha, explodindo com qualquer coisa e super sensível e super tarada. E eu? Eu tentava ter paciência. Tava foda aquela mulher me atacando de todas as formas. Hoje, por exemplo, ela chorou porque tinha que fazer a coleta, ficou com raiva porque perdeu no War e tentou descontar sua frustração tentando me agarrar, agora estava dormindo em meus braços, nem parece que quando acorda fica possuída.

Medical Hearts - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora