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Quem é vivo aparece! Gente, os capítulos que eu tinha salvo foram de arrasta pra cima, então tô reescrevendo tudo e uma nova. Fiquei sem pc e onde tô passando as férias não tem sinal de celular, por isso a demora pra atualizar. Apareço de novo quando tiver sinal pra postar. Mas não desisti dessa fic não! No mais, feliz ano novo e bora vencer, família.





Freire's Pov

-Ju?

A voz de Sarah me despertou dos pensamentos.

-Hm? -Respondi desviando da tv para ela.

-Ouviu o que eu disse?

Não! A verdade é que eu tava viajando, pensando em absolutamente tudo. Me sentia um turbilhão de confusões e não sabia nem por onde começar a organizar tudo. De repente senti o peso de fazer uma cirurgia, uma fertilização, estar em uma quarentena forçada, grávida e cheia de hormônio, com a mulher que eu amo sem nem poder sentir seu cheiro sem culpa.

-Desculpa, eu me distrai. O que você falou?

Ela me fitava com aqueles olhos verdes me analisando e eu desviei.

-O que aconteceu? Você tá calada desde o jantar.

Agora eu tinha duas opções: colocar as cartas na mesa ou fingir que tava tudo bem. Só que eu já tô cansada de fingir, então respirei fundo e falei:

-Sarah, eu sei que faz tempo, que não temos nada, mas eu preciso entender, apesar de você ter opção de não responder, claro.

Ela assentiu fazendo um gesto para que eu continuasse.

-Qual a sua história com Viviane? Porque quando... a gente namorava, você jurava que ela era só sua amiga e aí... - Deixei a frase morrer em uma pergunta implícita.

Pega de surpresa, Sarah travou por alguns minutos. O suficiente para todas as dúvidas me encontrarem. E quando achei que não teria resposta, ela quebrou o silêncio.

-Eu não esperava por isso. -Sorriu nervosa e suspirou. - A Pocah é uma grande amiga há muito tempo. Nos conhecemos na faculdade, ela namorava um amigo de Arthur, o Ronan, mas ele aceitou uma proposta de emprego em outro país e eles acabaram terminando. E você tinha terminado comigo, uma coisa levou a outra... -Ela pausou me analisando. -Acabamos nos encontrando em Berlim e ficando como consolo uma da outra por carência mesmo. Ambas sabíamos dos sentimentos por nossos ex's, era cômodo para as duas, apesar de Roberta sempre dizer que isso não ia funcionar.

Eu balancei a cabeça negativamente e levantei, andando até a grande janela com vista para o parque.

-Eu fui tão descartável assim? - Perguntei ainda de costas e ouvi ela se aproximando.

-Eu nunca poderia descartar você, Juliette. Eu te amo!

-Então porque me propôs um tempo, Sarah? Eu entendo que você não tinha obrigação de ficar comigo e que deveria estar difícil pra você. Mas em algum momento você pensou em mim? No que eu tava passando? Em como seria me apegar a esperar mais uma coisa incerta de acontecer naquele momento da minha vida?

Eu me virei e a encarei, aquele ainda era um assunto delicado porque nunca foi conversado. Todas as decisões que foram tomadas no calor do momento e parcialmente esquecidas estavam voltando com tudo dentro de mim.

-Porque eu pensei que você estaria melhor sem minhas cobranças.

-Você não tinha esse direito, Andrade. De decidir o que é ou não melhor pra mim. Não sabe o que sua "sugestão" me causou. Tu poderia ter conversado comigo, poxa. -Senti a primeira lágrima cair. -Você não sabe como foi horrível passar por tudo sozinha, como foi me sentir tão quebrada que achei que fosse morrer, você não sabe como é sentir sua falta todo santo dia e não poder fazer nada. -Desabei. -Você não sabe toda a culpa que eu carrego por tudo. E você nunca vai saber..

Medical Hearts - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora