1 | Cheiro

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I will love you unconditionally

Reino de Aurora; Palácio das Peônias. Casamento entre Jeon Jungkook, herdeiro do trono de Ametista, e Park Jimin, chefe da guarda real.

O palácio está impecável; o cheiro das flores perfuma todo o lugar e o som vindo do salão cria uma atmosfera de conto de fadas.

Os criados estão esperando a próxima ordem e convidados especiais já pincelam o jardim com sua riqueza e educação. Um fim de tarde agradável, deve-se ressaltar. Ar fresco, o céu está manchado de rosa, laranja e claros tons de roxo, as flores nunca estiveram tão magníficas. Se fosse pedido para alguém descrever o paraíso, com toda a certeza, ele descreveria assim.

Através da janela, o príncipe tenta distrair a cabeça enquanto o momento mais esperado do dia não chega. Ele observa os convidados e dá palpites silenciosos sobre as vestimentas e o comportamento deles.

Um longo suspiro deixa os lábios. Está ansioso e ocioso, controlando-se ao máximo para não roer as unhas.

Corre o olhar pelo belíssimo jardim outra vez, alguém se destaca entre os demais, a atenção é capturada e a curiosidade atiçada. Arruma a postura.

Está encantado com tamanha beleza.

O rapaz se mostra tão feliz num círculo de conhecidos, gesticulando abertamente, provocando risadas nada contidas, parece estar vivendo o momento mais incrível de sua vida. Se liberdade e despreocupação tivessem um rosto, com toda a certeza teriam o grande sorriso que ostenta.

Jungkook batuca os dedos na coxa. Fantasia o rapaz sendo o escolhido, isso causa um formigamento desconhecido no pé da barriga.

Move a cabeça negativamente, não o conhece, pensar tal coisa é incabível. Se bem que, aquilo que o espera no salão de festas, também não é nada aceitável parando para analisar.

Sente-se cansado ao pensar nisso, deseja dormir e não casar.

Desde que se lembra, foi doutrinado a ser um ômega perfeito. Sabe cozinhar, costurar, cuidar de ferimentos, de uma casa, das pessoas — de crianças a idosos.

Canta igual um anjo e dança feito o próprio diabo. Fala baixo e nunca, nunca se mete em conversas onde não é chamado, mesmo aquelas que o interessam. A voz só é ouvida quando exigido e não pode, em hipótese alguma, olhar diretamente para um alfa ou falar com um sem a supervisão dos pais.

Nunca esteve com alguém. O máximo de contato físico com pessoas, são os apertos de mãos e costureiras tirando-lhe as medidas. Um rapaz recluso e reservado, muito culto, extremamente inteligente. Seu andar é de uma leveza absurda e seus gestos, graciosos.

Contudo, seu maior desejo desde criança, é poder manusear armas, aprender a arte da luta e assim se colocar na linha de frente de uma batalha, caso preciso, ou quem sabe poder trabalhar na fronteira. Entretanto, nasceu ômega. Ômegas não vão à guerra e não se banham em sangue inimigo.

Nasceu ômega e príncipe.

Pertenceria apenas a um alfa e seu dever seria servi-lo em tudo o que fosse necessário. Alfas felizes e satisfeitos, fazem seus ômegas felizes. Nem em sonho deveria levantar a voz para ele ou olhar de queixo erguido em sua direção. Seu papel era cuidar de seu parceiro e satisfazer tudo o que fosse exigido.

Está apavorado, não nega. Vai se casar mediante uma aliança de poder e nem sequer sabe como é o sorriso da pessoa com quem dividirá a vida. Sua única informação é o nome e, que o rapaz é o chefe da guarda real. Que o noivo é o mais decente entre os alfas; que o rapaz daria a vida para proteger a fronteira e o que ela preserva.

Soberania • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora