5 | Domínio

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I will love you unconditionally

A chuva engrossa e o barulho forte sobre o telhado desperta Jungkook. Ele inspira profundamente, o cheiro de terra molhada enche o peito dele de satisfação, mas os olhos se negam a abrir. O estômago ronca e ele não pode acreditar nisso. Como dito posteriormente, não come assim que acorda, pois normalmente não sente fome.

— Não se passou um dia e já estou mal-acostumado? — resmunga ainda de olhos fechados e esfrega a mão sobre os relevos do abdômen. Fareja o ar, é tomado por tristeza, não há café da manhã em uma bandeja sobre a cama.

Sim, o príncipe, que sempre teve tudo ao alcance das mãos, e que sempre julgou que tanto mimo apenas por ser quem se é, era puro exagero, mal acordou e está fazendo manha, porque o marido saiu e não deixou a refeição preparada igual ao dia anterior.

Ele se coloca de bruços e esconde a cabeça com o travesseiro do Park. Voltar a dormir é uma sábia decisão para quem não quer ficar remoendo a questão de que está em lua de mel e o marido saiu para trabalhar.

— Mentiroso! — murmura e se agita sobre o colchão igual uma criança pirracenta. — Disse que estaria de volta antes do meu acordar.

Pobre rapaz, o dia mal começou e já está sucumbindo a saudade.

Acorda outra vez, os pés gelados e a falta do delicioso cheiro de cardamomo, indicam que o Jimin continua fora de casa. Não gosta do vazio no ninho; por isso, reproduz uma careta insatisfeita. Sai rolando pela cama e por ainda estar sozinho, o lobo dele reclama e os ombros doem.

É a lua de mel, ele tem todo o direito de ficar chateado, sem contar que não se simpatizou com o homem que esteve na casa ontem. Tudo girando para um sentimento ruim de vazio e preocupação.

Jimin disse que estaria em casa antes do despertar, e ele não está.

Desânimo começa a dominar Jungkook, mas ele não vai se entregar assim. Se coloca de pé, alonga todo o corpo e decide tomar um banho quente. A chuva se foi, mas o vento frio permanece e ele não tem a companhia do marido para aquecê-lo.

Ele se arrasta pelo corredor. Ele está preocupado. O horário do almoço se aproxima, não quer pensar no pior, mas não consegue conter os pensamentos ruins.

A barriga ronca outra, dessa vez com vontade e um sorriso constrangido surge no rosto dele. Desvia o caminho do banheiro e se dirige até a cozinha. De imediato nota algo sobre a mesa de madeira.

"Bom dia, meu amor! Infelizmente não cumprirei com o que prometi. Vieram até mim, avisando que as coisas estão bem complicadas... Voltarei para os seus braços antes do anoitecer. A qualquer momento você pode ouvir um presente para você. Já estou com saudades. Seu alfa."

— Ouvir um presente? Esse alfa... É nossa lua de mel, não podem tirar ele assim dos meus braços! Deveria haver uma lei sobre isso.

Mesmo que o peito do ômega aperte por saber que ficará sem Jimin durante o dia, ele não pode deixar de sorrir e levar o bilhete até o rosto, ato que conduz o sorriso a se alargar ainda mais quando o aroma favorito dele adentra o nariz.

Também está muito curioso, é claro. Ouvir um presente? Irá apurar a audição o máximo que puder.

Admira um pouco mais a letra bonita e inala novamente o cheiro preso no papel. Não há nada no mundo que deseje mais no momento que sentir o calor do esposo e a voz dele ao pé do ouvido.

Soberania • pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora