17 - Eu quero ajudar

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Point Of View: Lauren Jauregui

Sorri sabendo que a Ally confia em mim para desabafar sobre algo da família, mas antes que pudéssemos entrar em meu carro, ela correu para dentro de casa e depois voltou sem o buquê. Eu soube que ela colocou as rosas na água, entramos em meu veículo e comecei a dirigir, tentando pensar num lugar bom para que ela possa desabafar comigo sobre o que está acontecendo. O caminho foi repleto de silêncio e os seus olhos vagavam pela paisagem através da janela do carro, já que eu não achava um lugar bom, então resolvi ir para a praia.

Virei o meu volante para entrar em outra rua e segui reto, sabendo que daria de cara para a praia, Ally soltou um suspiro longo e vi uma pequena lágrima escorrer por sua bochecha, mas ela tratou de tirá-la dali no mesmo instante. Eu queria tocá-la, mas preferi manter minha atenção na estrada para não causar um acidente, até que estacionei o carro perto da praia em que encontrei ela com a sua irmã aquele dia.

- Hey, não precisa ter vergonha. - Vi seu rosto confuso. - Pode chorar.

- Ah... - Ela ficou de boca aberta, sem saber o que dizer.

- Venha. - Saio do meu carro e dou a volta para abrir a porta para ela. - Acho que esse é um bom lugar para pensar em nossa vida.

- Também acho. - Ela sorriu e eu peguei em sua mão a puxando.

- O bom é que hoje não está movimentado. - Comentei tentando distraí-la. - Então podemos ficar em paz.

- Sim. - Balançou a cabeça. - Me sinto melhor em sua companhia.

- Eu que fico melhor, é tão bom me encontrar com você, porque eu esqueço da realidade. - Admiti. - Fugir da realidade é bom.

- Nem sempre, porque depois que voltamos a realidade, vem a pior tristeza. - Abaixou a cabeça. - Porque tem os problemas que não conseguimos resolver e a maldita ansiedade que nos deixa ruim.

- Por isso que é bom desabafar na melhor companhia.

- É isso que eu vou fazer.

Ela me olhou por alguns segundos com os olhos marejados e depois virou o rosto fingindo apreciar os coqueiros. Fomos para o lugar afastado e nos sentamos na areia, ficando de frente para o mar, onde as ondas se quebravam diversas vezes quando ficavam grandes. Eu não sabia como iniciar uma conversa com ela e eu não queria estragar o seu momento em silêncio, ouvi seu suspiro pesado e eu sabia que ela estava sofrendo em silêncio.

- Sabe, a minha família é muito pobre. - Acenei já sabendo disso mas deixei que ela continuasse. - Como eu sempre falo, meus pais tentam achar emprego de qualquer coisa para nos manter, mas não estão achando nada. Ocultamos muita coisa para minha irmã não ficar triste com a nossa situação, não queremos que a crise a atinja. Ela tem uma noção de que não temos muito dinheiro e até mesmo se preocupa se sua irmã não vai gostar do jeito dela.

- Minha irmã gosta muito dela. - Comento. - Taylor não liga para classes sociais, ela gosta de uma boa amizade ou além mais que isso. - Sorri sugestiva.

- Eu reparei. - Soltou um riso fraco e continuou. - Meu pai é pintor, ninguém o chama para um serviço de sua área e nem para outras áreas, minha mãe anda cada vez mais triste por não arranjar nem um emprego na padaria. E eu? Eu tento de tudo para ajudá-los, tenho pouco dinheiro que ganho dando aula, mas não é muito coisa...

- A escola tem poucos alunos porque precisa dar uma reformada, se tivesse muitos alunos, você estaria rica. - Tento confortá-la. - Sua profissão é ótima e um dia você vai conseguir ter milhares de alunos.

- É o que eu mais quero, porém o diretor não usa o dinheiro para melhorar a escola. - Suspirou. - Mas voltando. - Ela mexeu na areia por alguns segundos. - Hoje de manhã meu pai deu uma notícia que me pegou de surpresa, o banco está nos cobrando por não termos dinheiro para pagar as contas que recebemos. Meu pai está quase para declarar falência, o abastecimento de casa está acabando e a cada dia vai ficando pior.

- Nossa... - Fiquei surpresa. - Tem quantos dias para pagar as contas?

- Dois dias e se não pagar, eles vão cortar tudo... - Ela então começou a chorar. - Eu não queria que meus pais passassem por essa situação e nem a minha irmã. - Soluçou. - Demi merece uma ótima faculdade depois que sair da escola, mas não vou conseguir fazer isso por minha irmã por eu ser inútil demais.

- Nunca repita isso! - Pego sua mão e dou um beijo na mesma. - Você não é inútil, sua família é incrível e eu sei que eles vão ter uma condição de vida melhor mais para frente. Você é muito forte e está ajudando sua família, é algo para se orgulhar.

Allyson colou sua boca na minha, iniciando um beijo calmo entre suas lágrimas, acariciei sua cintura tentando confortá-la em meus braços, nossos lábios se mexiam calmamente, um cobrindo o outro. Chupo devagar seu lábio inferior, para depois mordiscá-lo, sua língua adentrou minha boca, caçando pela minha num desespero. Deslizo minha mão por seu braço e subo até sua bochecha, onde passei a acariciar sentindo suas lágrimas escorrerem. Distribuo selinhos diversas vezes em sua boca e separo levemente nossos lábios.

- Eu posso te ajudar. - Sussurro. - Eu posso conseguir emprego para seus pais.

- Não, Lauren. Não queremos depender de você.

- Eu banco tudo e eu quero fazer isso. - Argumento. - Por favor Ally, me deixa cuidar de vocês, eu tenho dinheiro e posso ajudá-los.

- Mas de jeito nenhum, Lauren. - Se afastou um tanto apreensiva. - Não queremos depender de você e muito menos que use o seu dinheiro conosco, pode parando que eu não vou ceder a isso.

- Então aceita pelo menos que o seu pai tenha um emprego. - Fiz um bico. - Ele vai atuar como pintor no meu novo cassino em Las Vegas. Por favor Ally, aceita, isso que vai ser melhor para vocês.

- Lauren... - Fechou os olhos mas os abriu logo em seguida. - Está bem, mas só isso!

Stripper | Alren VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora