O Müller's era um restaurante de alto luxo, frequentado por pessoas com grande poder aquisitivo. Desde políticos famosos a artistas. Aquele lugar era como um tapete de Hollywood em dia de lançamento.
Ao notar o pressionar dos dedos, tratei de segurar as mãos escuras e guiá-la até a mesa que estava reservada com o meu nome. O garçom nos entregou dois tablets para que fizéssemos o nosso pedido.
Lexie parecia confusa ao ler o nome dos pratos. E eu não podia deixar de sorrir. Ela estava deslumbrante com um vestido dourado. O cabelo estava solto e os ombros nus. Era tentador olhar para ela.
- Você está a própria definição de perdição. - ela levantou os olhos para mim e sorriu, envergonhada.
- Não precisa falar assim para me levar para cama no fim da noite. - foi minha vez de gargalhar.
Tirei do bolso uma caixa e coloquei em cima da mesa, sendo guiado pelo olhar crítico.
- O que é? - perguntou apontando para a caixinha.
- Abra e verá. - ela pegou a caixa na mão e abriu. Vi como os olhos brilharam.
- Meu Deus, Evan. - o anel tinha um diamante encrustado bem no topo. Ao ver a joia pela primeira vez foi como se pudesse vê-la usando.
Lexie estava feliz e eu me levantei para colocar a joia no dedo dela. Não era algo que representasse um compromisso, mas eu queria presenteá-la com coisas daquele tipo todos os dias se pudesse.
- Você gostou? - apesar dela já ter dito que sim ao me agradecer pelo presente, eu queria ouvi-la dizer novamente.
- Eu amei, Evan. Você é incrível. - meus olhos estupidamente se desviaram do rosto bonito para o outro lado. E a sensação de segundos atrás foi inversamente proporcional ao desconforto que passei a sentir.
Desejei que nunca tivesse deixado de olhar para ela, que tudo ao redor fosse apenas uma mera paisagem para torná-la ainda mais espetacular. Mas estávamos no mundo real.
Rebecca Goodway me encarava do outro lado do salão. Vestida numa roupa de festa cheia de cristais, entregando a boa vida que obviamente devia levar. A imagem daquela mulher sorrindo para mim trouxe os piores tipos de pensamentos possíveis.
E apesar de ali se tratar apenas de uma senhora de idade, o desprezo e a raiva que haviam dentro de mim saltaram para fora em forma de angústia. Eu queria e precisava sair dali o mais rápido possível.- Vamos embora. - me levantei, o prato estava inacabado em cima da mesa e Lexie me encarou, levando o garfo à boca. Ela estava confusa. - Não me ouviu, levante-se e vamos embora.
- O que aconteceu? - me olhou colocando o prato para o lado, pegou a bolsa e se levantou, mas não saiu andando. Ficou a me encarar. A raiva tomou conta de mim, e eu notei ali que não deveria ter deixado o boxe.
- Puta que pariu! Vamos de uma vez. - estendi a mão para ela que se negou a pegar. Lexie caminhou na minha frente na direção da saída. Tirei o cartão do bolso e o aproximei junto do aparelho que o maître trazia na mão.
Ele se despediu educadamente mas eu o ignorei, caminhando em passos pesados até o meu carro. Lexie não me seguia.
- O que está fazendo? - perguntei encarando ela parada sem se mover. - Pelo amor Deus, vamos embora.
Notei que algumas lágrimas começaram a cair pela bochecha redonda. Respirei fundo, passando a mão pelos cabelos. Era suposto aquilo me deixar sem reação, mas a ira incontrolável que havia dentro de mim estava me deixando louco.
- Eu não tenho tempo para os seus dramas adolescentes. Temos que ir embora ou eu vou sozinho. - ela arregalou os olhos e o choro tornou-se mais intenso.
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Cicatrizes - Evan Maddox
Короткий рассказ"- Demorei até perceber que estava envolvido numa história de amor intensa, e quando o fiz nada mais parecia fazer sentido. Além dela, só o que construímos juntos conseguia ser mais incrível."