Capítulo 3 - Sexta-feira, E Você Não Veio

286 43 9
                                    

...

Os raios de Sol começavam a queimar a minha pele quando despertei. Olhei para o lado e ela estava deitada, dormindo de forma tranquila. A bunda brilhava com a luz do Sol. Eu estava mergulhando em águas perigosas, e não fazia ideia de como sairia dali. Me virei para observar como ela dormia tranquilamente. E percebi o quão viciante aquilo estava se tornando.

- Bom dia. - ela sorriu ao me ver.

- Na verdade, é quase boa tarde. Acho que dormimos demais. - apontei para o despertador que marcava dez e vinte cinco da manhã.

- Isso significa que dormimos bem.

- É algo raro para mim. - ela me olhou confusa. - Dormir bem.

Os olhos escuros me encararam em preocupação. O que me fez achá-la ainda mais incrível. Nós mal sabíamos um da vida do outro, mas havia espaço nela para se importar comigo.

- Quando o meu pai nos deixou, eu fiquei alguns meses sem falar. A minha tia conta que eu não emitia som algum, por meses. Ela me colocou para fazer aulas de dança, e aquilo me ajudou. - a mão escura repousou no meu peito.

- Não levo jeito para dança. - ela gargalhou alto. - Eu luto boxe. Na verdade já cheguei a competir. Tenho uma luta para daqui um mês.

Os olhos arregalados indicavam surpresa. Alexa sentou-se na cama, sem deixar de me encarar.

- Você poderia ter me deixado inconsciente aquele dia no bar.

Fingi que a imagem dos seios nus não me deixou excitado.

- Poderia. Mas tive o meu troco. - puxei o corpo dela para o meu e a beijei. Um beijo quente e demorado. A forma lasciva como ela sugava os meus lábios chegava a ser mágica.

- São grandes extremos... - olhei para ela tentando entender a conversa. - Um empresário bem-sucedido e lutador de boxe.

Encolhi os ombros, limitando a minha resposta ao simples gesto.

- E quando fica com um olho roxo, ou o lábio ferido. Como vai a reuniões de negócio?

- Para isso eu tenho meus truques. - ela cruzou os braços. Meus olhos me traíram e seguiram os peitos que ficaram esmagados sob o aperto.

- Não consigo imaginá-lo num ringue.

- Pode ir me ver lutar. Eu treino três vezes por semana. - ela aceitou, pedindo o endereço.

Aquele dia teria que acabar, infelizmente. Quando descemos, Kate não estava mais no hotel. Tinha feito checkout de manhã bem cedo.

O jatinho nos esperava no aeroporto e aquela altura Roland também já tinha partido. Depois que se tornara avô, nada mais parecia importar para ele.

- É uma pena que acabou. - ela fez um bico de tristeza.

- Alexa, haverá mais dias como esse.

- Quero que me chame de Lexie. - balancei a cabeça positivamente.

Ela entrou na minha frente. Nos sentamos de frente para o outro. Mas logo tive que trabalhar. Muita coisa me esperava. O computador era a única coisa que nos separava naquele momento. No entanto, eu não poderia deixar assuntos importantes para outra hora.

Ela assistia algo num tablete, entretida o suficiente para não me notar a encarnando minuto a minuto. Apesar de saber das minhas obrigações, estava difícil estar de frente para ela e imaginar o corpo sem roupa cavalgando enlouquecidamente em cima de mim.

- Você precisa me deixar trabalhar. - a interrompi.

- Como? Não entendi. - ela me olhou confusa.

- Eu disse que você precisa sair daqui. - apontei para a minha cabeça. - E daqui.

Cicatrizes - Evan Maddox Onde histórias criam vida. Descubra agora