Uma estrela

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Foram semanas de amor daquelas dignas de serem publicadas, assim pensava Angélica. Porém aos olhos dos amigos e familiares Rafhael era um desconhecido.
Não tiveram jantares , festas ou confraternizações, ele existia somente na vida dela, sem se apegar a ninguém, sem rótulo , sem criar memórias.
Angélica era muito boa com as palavras e sempre encontrava um jeito de falar por horas com Rafhael sobre como se sentia. Ele despertava o melhor e o pior nela.
Curou traumas que ela nunca imaginou que seriam curados, despertou uma vontade louca de viver porém ao mesmo tempo a tornava tão frágil e incapaz de viver essa abstinência.
O inverno chegou , as manhãs geladas a fizeram perceber que não bastava somente noites quentes, ela queria alguém que viesse e permanecesse. Sabia que se parasse de procurar Raphael ele iria se acomodar e talvez também seguiria adiante. Assim fez .
Durante dias para se manter limpa dessa paixão quase que doentia Angélica percorria os barzinho da cidade, sempre preferindo os com música para cantar alegremente e mentir para o seu coração.
Em uma tarde de domingo após se sentir enjoada e com fortes dores ela descobriu que uma paixão avassaladora pode trazer frutos que nem sempre são planejados. Angélica estava esperando um bebê!
Três testes para ter certeza, todos positivos. Diante daqueles palitinhos com dois riscos vermelhos ela sorria e chorava de uma forma tão doída que chegava a faltar o ar.
Telefone na mão , a primeira pessoa que merecia saber dessa notícia era Rafhael, discou o seu número e apagou por 6 vezes. Ela estava lúcida e incrivelmente forte. Pensou que o mais apropriado seria contar pessoalmente, aguardaria uma mensagem ou ligação de saudades e assim olhar nos seus olhos contando a notícia que iria mudar suas vidas .
Passaram 1 mês, os enjoos eram contínuos, o corpo começou com pequenas mudanças e os hormônios a faziam chorar todas as noites. Fazia planos para o nome do bebê, cantarolava músicas de ninar e imaginava o rostinho com um furinho no queixo.
Enquanto embalava uma roupinha do São Paulo, (ela tinha a certeza que o papai iria querer colocar essa roupinha quando saíssem da maternidade mesmo ela sendo flamenguista) , as dores ficaram mais fortes que o normal e ela recorreu a um banho quente.
Sentou no chão do banheiro e viu em minutos o maior amor do mundo escorrer junto com a água,naquele dia ela sentiu algo imensurável . Sozinha , sem uma mão para amparar, um colo para deitar , um abraço para acalentar , um alguém para sussurrar: Vai ficar tudo bem.

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