Uma semana tinha se passado e não tinha descoberto nada sobre a festa. Agora Bryce fazia parte da minha rotina na empresa. Achei que ele se cansaria em dois dias, visto que fiz questão de ter todos os funcionários o atormentando. Mas ele descobriu uma forma de me irritar com isso.
Depois de conversar com todos, ele me fazia uma visita para me detalhar cada porra que acontecia, mesmo sendo tudo inútil. Eu o julguei rápido demais e percebi o vacilo que cometi quando não listei isso como uma opção. É aquele ditado: o feitiço virou contra o feiticeiro.
— Eu estou ocupado demais, Bryce — falei sem paciência quando notei que ele estava com o bloco de anotações.
— São seus funcionários, Vincent — ele respondeu de forma debochada. — Precisa saber lidar com tudo que acontece aqui. Sabia que...
E assim ele começa a me passar a porra da informação que cada funcionário repassa. Definitivamente isso irá acabar. Sem mais relatórios, não por ele, mas por mim. Bryce ocupa praticamente a minha tarde toda com isso, simplesmente pelo prazer de me ver irritado.
E não é como se eu não tivesse tentado encerrar esse momento antes, mas, de alguma forma, seus argumentos conseguem me desarmar. Ou isso, ou eu preciso assumir o que fiz. Como não darei esse prazer, fico preso de duas a três horas, ouvindo cada planejamento desnecessário. A minha sorte é que ele não consegue anotar cada palavra dos funcionários, ou isso poderia durar ainda mais.
— Eu tenho uma reunião em vinte minutos! — Corto quando ele começa a falar que um funcionário reclamou porque trocamos a máquina de café.
— Ah, perfeito! — Ele parecia satisfeito. — Ainda bem que já estou aqui, não é mesmo?
— Devo lembrá-lo que não faz parte da gerência? — Provoco e ele ri.
— Não precisa, estou indo como membro do conselho — ele mantém o sorriso no rosto, conseguindo me provocar ainda mais do que quando me detalhava o que os funcionários repassaram mais cedo.
— Se pensa que vai conseguir algo assim...
— Não se preocupe — ele me cortou antes que eu pudesse terminar meu raciocínio —, eu ainda nem comecei. Minha festa é em duas semanas, enviei os convites para a sua casa ontem. Fiz questão de garantir que chegariam, dessa vez.
— Para minha surpresa, chegaram — falei de forma irônica e ele riu.
— É para caridade, Vinnie — ele debochou, cruzando os braços atrás da cabeça enquanto me encarava. — Cadê o filantropo que ganhou prêmios no ano passado?
— Ainda não superou isso, Hall? — Foi a minha vez de rebater e ele riu.
— Não se preocupe, Vincent, isso já é um assunto passado — ele abre ainda mais o sorriso. — Eu consigo lidar bem com isso, e você?
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EMPIRE
FanfictionVinnie Hacker. Preso em uma teia intricada de destinos entrelaçados, Vinnie confronta não apenas seus inimigos, mas também os demônios que se manifestam através de um dilema desconcertante. Em um mundo onde o monstro conhece cada sombra do seu ser e...