06 • Vincent

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— O que faz aqui, Olívia? — Perguntei, notando a expressão levemente de medo nos seus olhos

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— O que faz aqui, Olívia? — Perguntei, notando a expressão levemente de medo nos seus olhos.

— Eu trabalho aqui, acho que não se lembra — ela falou, observando o número 2 no visor. Em breve as portas se abririam.

— No segundo andar, não no terceiro — falei firme, até quando ela mentiria?

Apertei o botão de emergência, impedindo que as portas se abrissem. Ela estava confusa e eu precisava de respostas. Aproximei o corpo do dela, chegando com a boca próxima da sua orelha. Isso pareceu assustá-la. Olívia estava sentindo muito mais agora do que quando criança, isso talvez fosse divertido.

— Espero que a conversa tenha te agradado, mas não quero que seja espalhada pela empresa — falei baixo, em tom de ameaça.

Resolvi ir direto ao ponto com ela, sem dar chance de criar uma desculpa boa.

— Não sei do que está falando — respondeu baixo e eu ri.

Ela acha que essa mentira tinha sido convincente?

— Muito bem — falei, me afastando dela enquanto notava Olívia tentando controlar a respiração. — E, por favor, não use mais aquele banheiro. Winter e Emily costumam falar mais do que devem.

— Você... — sua fala parou no meio.

Ela era incapaz de pensar. Talvez eu não conhecesse mais a mulher ao meu lado. Olívia mudou.

— Desde o início — eu respondi me divertindo.

Isso era mentira, mas não deixaria ela saber. Notei enquanto perguntava sobre a vida sexual da Emily. Haviam três portas lá e uma delas estava trancada, com o visor vermelho. Quando entrei senti o cheiro dela, mas pensei ser uma alucinação. Logo, juntando todas as peças, Olívia estava no banheiro. E eu só queria sair dali, até mesmo porque eu não sabia o tanto que ela já tinha escutado.

— E por que deixou elas continuarem? — Agora ela estava ainda mais confusa.

— Porque estava me divertindo — inventei uma desculpa qualquer e ela pareceu acreditar.

Ou eu tinha a pego desprevenida ou ela tinha perdido toda a capacidade de manipulação de quando era criança. Mas, o que mais me chocava nisso tudo era que Olívia tinha sentimentos. E ela deixava transparecer em cada porra de palavra que saia da sua boca, nos gestos, nas expressões.

E caralho! Ela sentia muito.

— Como? Poderia ser qualquer outra pessoa.

— Não conseguia ver a sua cara, mas sabia que era você — respondi simplesmente, apertando novamente o botão para destravar a porta. — Saia, Olívia.

Seu corpo automaticamente me obedeceu e ela saiu do elevador, seguindo seu caminho. Isso me deixava intrigado. Olívia não era uma submissa, disso eu tinha certeza. Mas me obedecia. Em cada ordem absurda. Era medo? Não parecia. Então isso só me restava uma opção, uma que estava além do limite que a minha sanidade poderia aguentar.

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