Vinnie Hacker.
Preso em uma teia intricada de destinos entrelaçados, Vinnie confronta não apenas seus inimigos, mas também os demônios que se manifestam através de um dilema desconcertante. Em um mundo onde o monstro conhece cada sombra do seu ser e...
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Meu pequeno problema estava de volta para me atormentar. Por que, logo agora?
Dentre todas as pessoas, Olívia foi a que causou um maior grau de destruição. Ela não avisava ou ameaçava. Ela fazia. Sempre quando você menos esperava.
Diferente do irmão, Olívia não agia com a emoção. Ela não sentia, então era fácil não se trair por isso.
Seus olhos passearam vagarosamente pelo meu corpo, enquanto o meu se manteve no seu rosto, esperando novamente pelo reencontro. Agora eu sabia que estava há muito tempo encarando-a, mas não me incomodava.
— Por que voltou depois de tanto tempo? — Perguntei, quando notei que já tinha estendido demais o nosso silêncio.
As pessoas à nossa volta nos observavam, como se esperassem alguma migalha para entender o que estava acontecendo. No fundo, eu também esperava entender, mas nunca cheguei a uma conclusão além de: aconteceu porque Olívia queria assim.
— Não sei se você se lembra, mas eu trabalho aqui — ela respondeu de forma ácida, mantendo o sorriso no rosto.
Agora estava ali, a verdadeira Olívia. A criança que conhecia. Dissimulada, cínica, ácida.
— Remotamente — completei. — Poderia fazer isso de qualquer lugar.
— Por que faria isso de outro lugar se agora tenho uma sala aqui? — Ela respondeu com outra pergunta.
Aquilo era para me provocar, eu sabia. E, mesmo com outras pessoas por perto, minha vontade era de agir como o Vinnie criança e expulsá-la da minha vida, como fiz há mais de dez anos.
Emily ainda estava ao meu lado, me segurando, mas só lembrei quando o olhar da outra repousou nela por alguns segundos. Olívia não estava com ciúmes, era um sentimento de posse que eu já tinha presenciado antes.
— Uma sala? — Eu parecia mais desnorteado que o comum.
— Irmãzinha! — Bryce entrou na conversa, me trazendo novamente para a realidade, uma que não existia só a sua irmã para destinar a minha raiva.
Ele a abraçou e depois se colocou ao seu lado, mantendo o braço na sua cintura. Seu olhar sobre mim era de vitória. Sabíamos que ele tinha ganhado essa, era notório pela minha expressão. Não pensei em nenhum momento que Olívia voltaria, ainda mais depois de jurar que nunca mais o faria.
Não era nem por mim, era por ela. Olívia não queria voltar.
Mas estava aqui, parada na minha frente. Me observando com os grandes olhos, buscando encontrar o resquício do menino que ela quebrou. Talvez procurando a brecha para terminar de me destruir.
— Não sabia que tinha uma irmã, Bryce, mas é um prazer te conhecer, Olívia! — Emily falou, estendo a mão para a outra que sorriu sem graça.
— Se andasse mais comigo, saberia muito mais, senhorita Bennett — Bryce falou encarando a mulher ao meu lado, mais como forma de me provocar do que de instigar a outra.
