O voo foi incomodo do começo ao fim. Giovanna não conseguiu uma passagem de primeira classe, e por isso a duração longa da viagem foi de pouco descanso. Sentir o avião tocar o solo foi um grande alívio. Depois de toda a burocracia da imigração e de retirar sua mala, Giovanna abriu o celular e procurou alguma mensagem de sua amiga. Não encontrou. Saiu na área de desembarque e não encontrou Alessandra, deduziu que a mulher tinha perdido o horário para lhe buscar e por isso resolveu sair do aeroporto para pegar um taxi.
Passava pelo painel que mostrava os voos quando observou uma mulher muito parecida com sua melhor amiga.
Mostrando o sutiã para o atendente.
Ela soltou um sorriso, respirou fundo e se aproximou do local.
— Me diga que ao menos tentou falar 'com licença'.
O olhar surpreso e contente de Alessandra foi o suficiente para ela deixar o embaraço de lado. A amiga se aproximou e lhe deu um abraço forte.
— Querida! — elas começaram a andar para a saída do aeroporto juntas. — Como foi na Indonésia? Horrível? Quente?
— Como já esperado, ao menos nunca precisei mostrar meus seios para pedir informações.
— Mostrou por diversão?
Giovanna riu com a graça da amiga. Alessandra tinha o cabelo escuro um pouco abaixo do ombro, com franja cobrindo a testa, e sempre um sorriso no rosto. Se conheceram na faculdade, quando a aspirante a artista não se deixou intimidar pelo jeitinho esquisito de Giovanna e a acolheu. Ficaram inseparáveis desde então, e agora que Giovanna tinha conseguido esse emprego como reconstrutora facial para Alessandra no Instituto Smithsonian, estavam mais próximas ainda.
— Eu estava enfiada em uma cova identificando corpos de um genocídio, não é muito romântico. — Giovanna respondeu, sentindo uma presença incomoda atrás dela.
— Confesso que não é o melhor jeito de superar um término bagunçado, mas cada um tem seus meios.
Giovanna riu mais uma vez.
— Nada que eu e Josh fizemos foi bagunçado.
— Então fez errado. — Alessandra respondeu daquele jeito divertido, segurando seu braço.
Giovanna queria rir, mas ficou irritada ao perceber que estava sendo seguida. Se virou repentinamente, fazendo o homem parar de andar. O segurança tinha quase 2 metros, mas isso não a intimidou.
— Eu posso saber por que está me seguindo?
O homem ia agarrar seu braço, nesse momento Giovanna o surpreendeu primeiro, segurando o braço forte e torcendo, fazendo o homem cair no chão. Alessandra começou a bater no homem com a bolsa. Ela viu o momento em que armas foram apontadas para ela.
— Abaixem as armas. — ela pediu.
E eles obedeceram.
— O que é isso? Quem está no comando? Ela não manda abaixar as armas!
O segurança se levantou do chão e pegou a bolsa dela. Giovanna entendeu do que se tratava e deu um passo para trás.
— É sobre isso? Deveria ter falado antes.
Quando o homem abriu a bolsa deu de cara com um crânio antigo. A cara de pânico era impagável.
— Bo!
O homem soltou a bolsa no chão com nojo.
Giovanna foi encaminhada para a sala de interrogatório do aeroporto. O homem repetia as mesmas perguntas para as quais ela só poderia dar as mesmas respostas. Estava começando a ficar entediada.
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Parts of the Whole
FanfictionUma cética antropóloga forense é colocada para ajudar o FBI na resolução de casos. O arrogante agente se vê obrigado a trabalhar do jeito que ela quer. Quando a razão encontra a emoção, a única solução é proteger o próprio coração.