Giovanna não era um gênio a toa. Não demorou para o raciocínio dela ir além do que poderiam ver e ela pensar em outra possibilidade para arma do crime. No final das contas, o fim de Louise foi cruel como Alexandre não esperava.
Vincent usou uma arma para abater animais.
A mãe de Giovanna foi morta com crueldade.
Enquanto eles estavam na fazenda recolhendo novas provas, Alexandre observava Vincent algemado. Estava irritado, furioso, só de olhar para a cara do homem, mas precisava observá-lo para vê-lo nervoso, tenso. Só assim saberiam que estavam no caminho certo.
Quando Giovanna testou a arma contra a cerca de madeira, o tiro foi certeiro. Ela ficou agoniada, pois pensar na dor que sua mãe sentiu, em como sua morte deve ser sido traumática. Ela respirou fundo, tentou controlar a náusea e se voltou para a Alexandre, que tinha os olhos atentos sobre ela. Tinha um cuidado a mais ali que não existia nas outras vezes.
— Essa deve ser a arma do crime. — ela falou em tom baixo, abaixando a cabeça.
— Elloise! — ouviram a voz de Vincent a chamando. — Quero falar com você.
— Eu falei que o filho da mãe ia ficar nervoso. Você não precisa falar com ele.
— Vamos ver o que ele quer.
A antropóloga se aproximou com o guarda costas atrás. Alexandre estava pronto para tirar a arma da cintura caso fosse necessário.
— Não há como provar que isso ai matou sua mãe ou qualquer um. — foi a primeira coisa que o criminoso falou assim que ela se aproximou o suficiente.
— Você ficaria surpreso com o que ela é capaz de descobrir. — Alexandre falou irritado, as mãos na cintura.
— Precisamos conversar a sós.
— Nem pensar.
— Nero, tudo bem. — ouviu a voz da parceira a contragosto.
Ela sempre tinha que lhe contrariar, por Deus. Alexandre se aproximou bem do homem, mal encarado, do jeito que fazia com seus presos. Vincent não pareceu fraquejar.
— Você tem duas alternativas. A primeira é bater um papo. A segunda é, se você atacar, eu vou estourar sua cabeça.
— Acha que eu a atacaria?
— Eu decido o que é um ataque. Para mim um soluço já basta.
Nero sentiu a mão dela em seu braço, o puxando para trás.
— Nero, chega.
Ele observou Giovanna se afastar alguns passos com o homem algemado. Parou de modo que ele pudesse ver seu rosto, assim saberia se ela estivesse desconfortável.
— Você matou minha mãe. — ela falou com certeza.
— Vai ser difícil convencer o júri.
— Eu sou boa, acredite. Você vai ser preso.
— É o seguinte, Elloise. Duas pessoas sabem o que aconteceu naquela noite, eu e seu pai. Não quer mesmo saber o que aconteceu? Não quer saber como eu fiquei com uma cicatriz? O fim da sua mãe? O seu pai? Diga qualquer coisa ao júri e eu vou ser preso com a verdade e você nunca vai saber de nada.
Giovanna respirou fundo, olhou para Nero por um tempo, que estava tão atento a ela que mal podia respirar.
— Você não consegue viver assim... Não pode viver sem saber.
— Descobri sobre minha mãe, vou descobrir o que aconteceu com meu pai. — ela falou logo.
Se afastou de Vincent antes que o desgraçado tentasse entrar em sua mente. Nero a segurou pela braço quando ela se aproximou, a colocou debaixo de sua proteção, olhando para o infeliz como se pudesse matá-lo só assim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Parts of the Whole
FanfictionUma cética antropóloga forense é colocada para ajudar o FBI na resolução de casos. O arrogante agente se vê obrigado a trabalhar do jeito que ela quer. Quando a razão encontra a emoção, a única solução é proteger o próprio coração.