Alexandre entrou em casa devagar, algo dentro dele pedia essa calma. Foi tão imediato o cheiro de lar e cheiro de Giovanna ao seu redor que automaticamente seu corpo entrou naquele modo de conforto. Deixou o terno de lado, em algum canto que ela brigaria com ele e ele a acalmaria com um beijo no rosto. Foi desabotoando a camisa, a chamando.
— No quarto... — ele ouviu a voz abafada.
Ao entrar no ambiente, ela estava de costas para a porta, notou logo que ela usava aqueles conjuntos de roupa íntima extremamente confortáveis. Um top sem costuras, uma calcinha que parecia um shorts, branco, e para ele, Giovanna nunca esteve tão convidativa. Ela poderia usar um saco de batata e ele continuaria encantado.
— Você trouxe a pizza que eu pedi? — ela perguntou o olhando por cima do ombro.
— Pediu? Desculpe, eu esqueci, mas ligo daqui a pouco para a pizzaria. — ele falou, dando a volta ao redor da cama já que aparentemente ela não se voltaria para ele tão cedo.
Sua visão foi tomada pela barriga, grande, cheia de vida. Seu coração parecia que ia sair pelo peito, tamanha a visão que era ter Giovanna grávida em sua cama. Ele ficou mudo por um tempo, apenas a olhando. A antropóloga colocou a mão na barriga e revirou os olhos para ele.
— Se cada vez que chegar em casa, ficar com essa cara de quem está vendo essa barriga pela primeira vez, vamos ter um problema quando a criança nascer.
Aquele filho era dele, ela estava na sua cama, o esperava apenas de lingerie e ainda aguardava uma pizza para jantarem juntos. Era a vida deles. E ele se perguntava onde esteve todo esse tempo que nunca foi capaz de perceber que tudo isso passava na sua frente.
Sentou na beirada da cama, juntou sua mão com a dela naquela barriga.
Era deles.
Alexandre sorriu, e viu sorrir também.
— É nosso filho. — ele falou com um brilho no olhar.
— É uma menina, você sabe. — ela falou, o corrigindo como sempre faria, e como ele sempre queria que fizesse.
— Uma menina...
— Uma menina... — a voz dele saiu rouca.Lívia saiu da poltrona rapidamente, se colocando ao lado da cama, esperando que ele estivesse de olhos abertos, mas Nero ainda parecia sonolento, como se saísse daquele estado de sono profundo só agora. Abriu os olhos devagar, incomodado com a luz, e nunca parecia focar nela. Olhava para os lados como se quisesse ver além.
— Giovanna... — ele pediu em um sussurro.
Lívia nunca se considerou uma mulher ciumenta, não. O problema aqui era exatamente isso. Ela nunca foi, e agora era, e o homem com quem ela estava, um bom homem, um bom pai, estava pedindo por outra mulher depois de quase morrer. Ela segurou as lágrimas, tocou o rosto dele devagar, trazendo sua atenção para ela. Alexandre a olhou, e pareceu acordar aos poucos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Parts of the Whole
FanficUma cética antropóloga forense é colocada para ajudar o FBI na resolução de casos. O arrogante agente se vê obrigado a trabalhar do jeito que ela quer. Quando a razão encontra a emoção, a única solução é proteger o próprio coração.