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CAPÍTULO POR TZ DA CORONEL

É muito bom saber que tenho pessoas que nem me conhecem, mas gostam não só do meu trabalho, mas de mim também.

Acabei de tirar foto com meus fãs e estava aqui bebendo água pensando se deveria ou não terminar de curtir essa noite.

— Coe cara, o pessoal tá te acionando lá no camarote. — acenei com a cabeça.

Pelo visto terei que fechar a noite com chave de ouro.

Estava subindo no camarote quando me bati com o Rg, meu irmão.

— Tá indo aonde? — bati em seu braço.

— Pegar bebida pra amiga minha po

— É só amiga mesmo? Olha lá em, tua mulher tá em casa confiando em tu.

— Tá de sacanagem, Matheus? — ele fechou a cara.

— Aviso de irmão — levantei as mãos em rendição.

Enquanto ia caminhando com ele até o bar, o mesmo me contou a história de como conheceu a tal Cecília.

— Essa Cecília é a loira ou a pretinha?

— É a loira po, a outra novinha é toda na dela — ele pegou as bebidas com o barman — nem falei com ela não, mas vamos lá pra descobrir o nome.

Subimos no camarote novamente e demorou muito pra me sentar, porque enquanto eu entrava tive que parar com todos da minha equipe me parabenizando pelo show.

Um dj estava tocando um remix da música do Travis, o clima tava maneirinho.

Avistei o Rg vindo na minha direção com a "amiga" dele do lado e a outra garota estava atrás dela.

Po cara, essa mina não me é estranha.

O foda é que eu nunca vim pra cá e ela deve ser uma estrangeira qualquer.

— Aí Tz essa aqui é a Cecília — me levantei pra cumprimentar a mesma.

— Prazer, tu fez um show do caralho — eu sorri — parabéns, tu vai longe. — ela deu espaço pra outra garota se achegar — essa sombra aqui é minha amiga.

— Tá de sacanagem? — ela disse pra amiga e se virou pra mim.

— Oi Matheus, prazer Amina. — ela sorriu.

Minha cabeça fez um 360°.

Isso não é coincidência?
Mas como pode?

Se bem que se passaram sete anos e essa paranóia de conhecer ela de algum lugar não é atoa.

— Amina? — disse surpreso — tá diferente.

Mentira, ela só evoluiu e muito bem.
Mas continua minha garotinha que foi embora e nunca mais deu notícias.

Ela sorriu — Você também evoluiu.

Parecia que todo mundo tinha ido embora e só tinha a gente naquele local.

— Vocês se conhecem de onde? — a amiga dela tirou a gente do transe.

— Longa história — ela respondeu e olhou pra mim.

— O mundo é pequeno mesmo — meu irmão falou nos observando.

— Mas aí vocês vão embora para o Brasil quando? — A Cecília perguntou.

— Daqui a quatro dias — respondo.

— Deve ser maneiro rodar o mundo fazendo o que gosta né? — eu sorri.

— É um mundo novo, mas é maneiro pra caralho. Lutei muito pra tá aqui e te sendo sincero, faria tudo de novo só pra sentir a mesma sensação.

Eu sentia o olhar dela pesando sobre mim observando tudo que eu falava.

— Queria poder aproveitar mais a vida como vocês, apesar de ser um trabalho também dá pra se divertir.

— Depende muito, Cecília — foi a primeira vez em longos minutos que escutei a voz dela — deve ser divertido mas tem a parte chata, dos problemas. Tô errada? — ela intercalou o olhar entre o Rg e eu.

— Tá certa, é complicado. — o Rg respondeu — subir no palco e cantar é muito fácil, mas ninguém vê a correria quando há algum problema em relação aos contratantes, o som e várias outras paradas que dificultam essa diversão.

— E você pode encontrar outras formas de diversão — me direcionei pra tal Cecília.

— Tenho dois filhos com vinte e cinco anos, tem certeza que ainda consigo me divertir?

— Tenho, como você veio pra cá hoje?

— Deixei com o traste do pai das crianças — a Amina gargalhou.

— Não tá errada amiga, você não fez com o dedo — bebeu um gole da sua bebida.

Já estava se aproximando das quatro da manhã e eu particularmente estava cansado, mas eu precisava esclarecer alguns assuntos do passado antes que ela fosse embora.

— Quer pegar uma água comigo? — ela pensou, mas parece que entendeu.

— Vamos sim, se não acordo de ressaca — ela sorriu, deixou a bolsa com a amiga e se levantou.

Fomos descendo do camarote até uma saída que era destinada somente para os artistas, não trocamos um "a" até chegarmos ao lado de fora.

— E - Eu — ela tenta falar mas não consegue.

— Você está surpresa? — ela balançou a cabeça em confirmação. — Eu também estou.

— Quando a Cecília me falou que era show do irmão de um amigo eu não imaginei que poderia ser meu namoradinho de infância — ela suspirou — eu tô assustada.

— Eu não sabia que você tinha vindo morar aqui, como isso aconteceu?

— Você sabe como meus pais foram contra a nossa relação do começo ao fim — ela olhou pro céu e voltou a olhar nos meus olhos — eles me trouxeram pra cá com a desculpa que tinham que resolver alguns assuntos da empresa da família do meu pai e já estou aqui a sete anos.

— Você nunca mais foi para o Brasil?

— No começo foi difícil me adaptar e eu rezava todos os dias para que acontecesse qualquer coisa pra eu voltar. Mas eu me acostumei, comecei a trabalhar como modelo — eu a interrompi.

— Como assim você não trabalha para o seu pai — nós sorrimos e ela me bateu.

— Não é como se eu quisesse viver embaixo das asas dos meus pais, apesar deles me controlarem a maior parte do tempo.

— Nunca quis procurar por mim?

Ela não esperava por essa pergunta.

— Nos primeiros meses eu tentei achar qualquer resquícios de redes sociais suas pra tentar manter contato mas não consegui, depois de vir pra cá eu não acompanho páginas de fofoca do Brasil — ela suspirou — então eu não sabia que você tinha virado esse fenômeno, apesar de sempre ter acreditado em você.

As coisas mudam de uma hora pra outra.

Talvez pessoas que estavam obstinadas a ficarem juntas precisam de um encontro, mesmo que esse encontro seja pra por um ponto final.

Talvez pessoas que estavam obstinadas a ficarem juntas precisam de um encontro, mesmo que esse encontro seja pra por um ponto final

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E esse encontro?
Será que no fim terá mesmo esse ponto final? Amo esses dois 🥹

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