CAPÍTULO POR CECÍLIA
Minha história é um tanto complicada. Aos dezessete anos, parti para a França em um intercâmbio. Durante esse período, fiz diversas amizades, incluindo Joe. Inicialmente, nossa relação era amigável, pois mal nos víamos devido ao intenso trabalho dele na empresa da família.
Quando os pais dele faleceram em um curto espaço de tempo, me aproximei para ajudá-lo a enfrentar a difícil situação de perder os pais e gerenciar a empresa. Ao fim do meu intercâmbio, aceitei a oferta de emprego de Joe para trabalhar na empresa, recrutando modelos para a agência.
Com o tempo, eu e Joe nos aproximamos tanto que nossa amizade evoluiu, resultando em um envolvimento romântico. Tínhamos planos de crescer com a empresa e formar uma família.
A descoberta da gravidez do meu primeiro filho, Daniel, aos dezenove anos, foi inesperada, mas Joe ofereceu apoio físico, psicológico e financeiro.
Na gravidez da Liz, as coisas complicaram. Joe ficou mais ausente, e nossos caminhos se distanciaram. Ao vê-lo com outra mulher em um bar, decidi pedir o divórcio e fazê-lo sair da casa.
Continuei trabalhando para Joe, mas as reclamações desnecessárias e o clima pesado me levaram a pedir demissão.
Me tornei uma mulher solteira aos vinte e seis anos, com dois filhos para criar, enfrentando desafios, mas não reclamo, pois acredito que meus bebês estão comigo por um propósito.
Retornei ao Brasil ao saber das notícias envolvendo Amina, uma peça crucial para a agência de Joe. Ele me chamou para conversar com ela, pois sabe que ela precisa de uma amiga que a entenda, e essa pessoa sou eu.
Quando conheci a Amina anos atrás, ela era uma jovem cheia de sonhos, agora realizados, mas vivia sob o controle excessivo dos pais.
Ela me apoiou durante a gravidez da Liz e quando descobri a traição do meu marido. Não guardo mágoas, mas não voltaria para Joe, pois não posso retornar a quem me apunhalou pelas costas.
— Amiga, nós conversamos e foi isso — ela deu uma pausa para beber seu milkshake.
— Nem um beijinho? — perguntei com uma carinha triste.
— Cecília, eu nem fui lá pra isso. Pelo menos fizemos as pazes — eu assenti.
Resolvi trazer as crianças no shopping e chamei a Amina, já que hoje ela não iria trabalhar. Estamos na praça de alimentação enquanto as crianças estão na área infantil.
— Volta quando para a França? — a Amina perguntou.
— Na verdade, eu ainda não sei — dei uma pausa — as crianças estão de férias, é fim de ano, acho que vou prolongar ficando até o carnaval.
— Falando nisso, vai fazer o que no Natal? Faltam duas semanas.
— Amiga, devo passar com os meus pais e o traste do Joe, que se ofereceu pra passar também com a desculpa de ficar com as crianças — ela balançou a cabeça em negação — se quiser, pode ficar à vontade.
— Minha tradição sempre foi, passar com meus pais já que, esse ano não vou poder estar com eles. Fico em casa curtindo minha companhia. — ela sorriu.
— Bom, o convite está feito. — olhei para o lado quando vi as crianças correndo em nossa direção.
— Mãe, mãe — o Daniel chamou minha atenção — a gente quer sorvete. Eu e minha mana Liz.
Uma coisa super legal nas crianças é que, apesar de serem criadas na França, eu sempre as ensinei a falar o português claríssimo.
— Quero fazer pipi — A Liz falou.
— Eu levo no sorvete e você ao banheiro — a Amina ordenou.
— Sim, senhora — gargalhamos.
Capítulo curtinho para o desenvolvimento, falando também sobre nossa querida Ceci. 🤎
⚠️ Queria fazer uma perguntinha. Estou pensando na próxima fic (nem terminei essa, mas já tenho novas ideias). Queria muito que vocês estivessem comigo nessa também. Para o personagem principal, vocês preferem o Cabelinho ou o Veigh?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nosso Destino
FanfictionEu amo tudo o que foi Tudo o que já não é A dor que já me não dói A antiga e errônea fé O ontem que a dor deixou, O que deixou alegria Só porque foi, e voou E hoje é já outro dia. - Fernando Pessoa