Capítulo II

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Horas atrás eu estava com essa mulher, tive a melhor noite da minha vida e pensava que jamais a encontraria de novo, mas agora ela estava aqui, diante dos meus olhos, quase sem vida.

Eu preferiria nunca mais encontrá-la do que me deparar com ela dessa maneira.

Eu não sei dizer se foram segundos ou minutos, mas paralisei ao ver ela desacordada, sendo reanimada pela socorrista do corpo de bombeiros. Ela não reagia, eu só conseguia me lembrar daquele sorriso que presenciei varias vezes durante a noite anterior, o brilho nos olhos e a conversa fácil. Nada do que estava diante dos meus olhos se parecia com aquela mulher que conheci, era como se a luz que ela carregava tivesse se esvaindo e pela primeira vez em muito tempo eu tive medo, medo de não conseguir ter a chance de conhecê-la, de sentir ela tão perto de mim de novo.

— Dra. — escutei uma voz ao longe. — Dra. luthor. — a pessoa insiste

Volto a minha realidade com Dox me chamando, fecho os olhos e respiro fundo, me acalmando e assim retomando minha postura, não poderia me dar ao luxo de deixar meus sentimentos assumirem o controle. Não aqui e não agora. Faço uma avaliação da mulher, notando uma fratura exposta na perna, ferimentos profundos na cabeça, alguns estilhaços na pele...

— queda de uns cinco a seis metros, possíveis hemorragias internas, entubada no local, duas paradas respiratórias no caminho. — a mulher me informava com os olhos cheios de lágrimas, ela detalhou rapidamente os procedimentos realizados e as medicações administradas, subi em cima da maca e troquei de lugar com a mulher, assumindo o RCP enquanto empurravam a maca para uma das alas livres do hospital.

— Quanto tempo ela está realizando o RCP? — depois de um tempo Andréia entrou na sala, colocando as luvas com facilidade, sua pergunta direcionada a Dox.

— Quase dois minutos.

Ela se aproxima da maca, encarando Lena.

— Vamos revezar, eu assumo agora. — Com prática e agilidade elas trocaram de posição e Andréa assumiu o RCP.

— O ritmo cardíaco está entrando em FV. — Dox diz para todos na sala, observando o monitor

— Dox, administre 1 mg de epinefrina. — pedi rapidamente enquanto pegava o desfibrilador e o ligava.

— Pronto. — ele disse.

— Afastar — gritei

                            [...]

— Preciso saber sobre Kara Danvers, — diz em desespero, espalmando as mãos sobre o balcão. — ela deu entrada aqui, é bombeira

— É da família, Sra? — a recepcionista pergunta calmamente.

— Sou irmã dela, pode me dizer como ela está? Por favor, preciso saber como ela está, ela está bem? — a voz sai trêmula

— Um instante — ela vira sua atenção para o computador e digita algumas palavras antes de voltar sua atenção para mim. — Sinto muito, a única informação que tenho é sobre a entrada dela, em breve a médica responsável pelo atendimento vem informar você.

— Como assim não tem nenhuma informação? — esbravejo. — Eu preciso saber se ela está bem, por favor — imploro

— Alex

— Sinto muito, Sra. — ouço a recepcionista antes de virar minha atenção para a voz a alguns metros, saio correndo em direção ao som, á abraçando apertado.

— Como ela está? — pergunto me desmanchando em choro. — Como a minha irmã está, Sam? Diz pra mim que  está tudo bem com ela

— Eu não tenho informações ainda, amor. — ela me segurava forte em seus braços, pois sabia que eu não me seguraria perto dela.

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