A Novata em Graceland

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Quando chegamos em frente ao lugar estranhei ao ver tantas garotas aglomeradas no portão.

Mas paguei a viajem e desci do carro. Não havia como entrar pela frente eu precisaria dar a volta e entrar pelos fundos, pela minha passagem secreta se é que ela ainda existia.

Sim! Ela ainda existia e eu consegui entrar no terreno de Graceland, pude ver muitas galinhas andando pelo terreno e quase levei um corridão de um galo bravo.

Quando finalmente cheguei na casa, entrei pela parte dos empregados e uma mulher negra veio até mim, ela estava usando um uniforme, provavelmente era uma empregada doméstica.

— Você é a garota nova? — Ela perguntou.

— Ah... sim, sim, sou eu. Meu nome é Grace... Grace Aaron Willian. — Menti, mas era uma ótima oportunidade.

Já imaginou voltar a esta casa! A minha casa! Claro que como empregada mas já é algo.

— Eu sou Nancy, Nancy Martins, e vou te mostrar oque fazer! Venha comigo, hoje a casa está mais cheia do que o normal. Nosso chefe chegou da Alemanha a pouco tempo e não temos muito tempo para fazer o café da manhã. Você chegou na hora certa! — Ela falou me conduzindo para dentro da casa.

Ela me deu um uniforme e eu fui até o banheiro dos empregados para colocá-lo. Era um vestido simples azul claro que ressaltava meus olhos porém ele havia ficado justo demais, acho que a verdadeira novata era menor do que eu. Eu só não poderia me abaixar ou qualquer um que estivesse por perto teria uma vista privilegiada. Meus peitos estavam completamente apertados e eu não consegui fechar todos os botões, eu também não poderia me inclinar para frente por que se não novamente as pessoas ao meu redor seriam privilegiadas com uma linda vista novamente.

Sai do banheiro e Nancy me conduziu para a cozinha.

— Acho que pegaram o número errado, vamos ter que encomendar outro. — Nancy falou começando a cozinhar e eu a ajudei.

— Seu... Nosso, nosso chefe é Alemão? — Perguntei enquanto preparava alguns omeletes.

— Não, ele é daqui mesmo, ele foi para a Alemanha por dois anos por conta do exército. Espere, você não sabe para quem está trabalhando? — Nancy perguntou e eu neguei com a cabeça — Garota você está trabalhando para o Elvis Presley!

Franzi o cenho sem ter a mínima ideia de quem era esse cara. Provavelmente um velho barrigudo que ama música clássica e tem uma tara por loiras.

— Você não o conhece? — Neguei com a cabeça — Mas, assim que o ver vai se apaixonar.

— Acho muito difícil, eu tenho um dom de não me apaixonar por ninguém. — Falei dando de ombros.

— Isso é porque você ainda não o conhece.

Revirei os olhos com um sorriso, acho bem difícil isso acontecer, eu já fiquei com tanta gente e até hoje nunca me apaixonei por nenhum deles. Com certeza não seria por um caipira branco riquinho e filhinho de papai que eu me apaixonaria.

— Ande com a coluna reta, coloque um sorriso simpático no rosto, deixe a bandeja de comida sobre a mesa e não fale nada a não ser que alguém fala com você entendido? — Nancy falou me entregando uma bandeja de comida.

Respirei fundo, arrumei minha postura e andei atrás de Nancy e de outras criadas até a copa onde a família já estava reunida.

Havia três crianças que eram a cópia da mulher que também estava a mesa, provavelmente ela tinha uns 29 anos no máximo. Havia um senhor provavelmente esse era o Elvis sei lá oque, e um garoto... ele era bonitinho até.

— Olha pai, eu amo muito o senhor, só não gosto dela. — Disse o rapaz apontando para a mulher.

— Mas que falta de respeito da parte do seu filho Vernon! — Disse a mulher.

Agora eu fiquei confusa, se o velho se chama Vernon, quem é o meu chefe?

Nancy colocou a bandeja sobre a mesa e se afastou.

— Elvis que falta de educação! — Disse o mais velho.

Então o garoto bonitinho é o meu chefe. Fala sério, eu tenho certeza que ele é um idiota mimado.

— Olha papai eu só... me desculpe. Não vai adiantar nada nós brigarmos. — Disse o meu chefe.

O único lugar que tinha espaço para a última bandeja que por um acaso era a minha, era em frente ao meu jovem chefe.

Andei até ele e coloquei a bandeja sobre a mesa me inclinando levemente para frente. Pude sentir os olhos do rapaz sobre mim, ou melhor sobre os meus peitos, minha pele queimou apenas com o seu olhar, eu havia me esquecido que o meu uniforme favorecia meu corpo até demais e que eu não poderia nem me abaixar nem me inclinar para a frente.

Pela primeira vez olhei diretamente para o rosto do meu chefe e caramba ele é bonito. Por um milissegundo nossos olhares se cruzaram e eu recuei rapidamente indo atrás de Nancy, mas ainda conseguia sentir seu olhar sobre mim mesmo de costas para o rapaz.

Achei Nancy na cozinha lavando a louça e eu comecei a secar.

— Ele tem tara por loiras? — Eu perguntei e Nancy riu.

— Não que eu saiba, o senhor Presley é um cavalheiro, ele é um rapaz muito gentil. — Nancy falou.

Nancy tinha um rosto delicado e muito bonito, acho que se ela tiver 20 anos é muito, obviamente ela é apaixonada pelo chefe e eu não posso julgar ele é bonito, rico, jovem e famoso. Aparentemente um sonho americano para qualquer garota que tivesse senso, algo que eu não tinha muito.

— Bom, o senhor Presley cavalheiro e gentil não tirou os olhos dos meus peitos. — Falei.

— E você não deveria julgá-lo, Grace, já se olhou no espelho? Claro que isso não é motivo mas, você está muito... provocativa nessa roupa. — Nancy falou.

— Não posso fazer muita coisa, não é minha culpa que essa roupa é três vezes menor do que o meu tamanho. — Eu disse terminando de secar o último copo.

— Você pode terminar de lavar o fogão? Eu preciso ir ao toalete. — Disse Nancy saindo da cozinha após eu assentir.

Comecei a esfregar o fogão mas parei instantaneamente ao ouvir uma voz familiar.

Pretty Woman - Elvis PresleyOnde histórias criam vida. Descubra agora