A Esposa Do Rei

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Fiquei um tempo embasbacada sem saber como reagir até a madrasta de Elvis, Davada Dee, aparecer e me levar para o seu quarto com um sorriso no rosto.

— Soube que vai se casar hoje, vou te arrumar! Eu tenho um vestido que vai caber em ti perfeitamente! — Disse Dee vasculhando o guarda roupa.

Me troquei de forma rápida e ela me maquiou.

— Você está mais linda que a Priscilla! — Davada disse me fazendo franzir o cenho.

— Quem é Priscilla? — Eu perguntei.

— O Elvis não te contou sobre ela? Achei que ele já tivesse lhe falado sobre ela, já que eles estavam praticamente namorando até ele voltar para os Estados Unidos no início desse ano.

— Ah... bom, ele não me falou nada sobre ela e fez bem. Afinal ele não me deve explicações, concorda comigo não é, senhorita Stanley? — Falei e ela assentou com um sorriso amarelo.

Desci as escadas rapidamente mas parei na metade ao ouvir um assobio e um sorriso de canto vindo do meu, estranhamente, noivo.

— Está linda Grace. — Elvis falou.

— Obrigada, não estou nada mal para uma mamãe de primeira viagem. — Falei voltando a descer as escadas. — E você está tão alegre, quem não o conhece pode até dizer que você está indo se casar com o amor da sua vida.

— Mas eu estou. — Ele disse antes de abrir a porta da frente para mim.

Após fechar a porta ele praticamente correu na minha frente para abrir a porta do Cadillac rosa para mim.

— Muito cavalheiro mas eu tenho braços, eu consigo abrir a porta sozinha senhor Presley. — Eu disse entrando no carro.

— Me desculpe querida, mas terá que se acostumar. — Elvis falou e deu a volta no carro entrando em seguida — A propósito, seus braços são lindos.

Revirei os olhos com o elogio, ele era tão... romântico, não estou acostumada com isso.

Chegamos no cartório e fizemos uma cerimônia rápida com algumas fotos enquanto assinavamos os papéis.

— Eu já posso beijá a minha noiva? — Elvis perguntou o que fez o pastor e as pessoas presentes rirem.

— Mas é claro, pode beijar a sua noiva. — O pastor falou.

Elvis me beijou de uma forma tão delicada que parecia que estava com medo que eu desmontasse. Quando ele se afastou eu franzi o cenho.

— Chama isso de beijo? Querido eu não sou de porcelana! — Falei antes de puxá-lo pela gola da blusa e beijá-lo de verdade.

O garoto quase que agarrou minha cintura instantaneamente. Garotas vocês não tem noção, que beijo.

Nos afastamos e após o final da cerimônia Elvis me levou até o apartamento do meu tio, para que eu pegasse meus pertences.

— Quer subir? Vou te apresentar ao meu tio. — Eu falei descendo do carro junto com Elvis que assentiu.

Subimos as escadas e quando eu fui abrir a porta a massaneta acabou caindo.

— Isso sempre acontece. — Eu falei.

Consegui abrir a porta com certa dificuldade, mas abri. Entrei no apartamento já vendo meu tio na cozinha, quando ele viu o Elvis arregalou os olhos e abriu a boca.

— Bom, Elvis esse é meu tio Samuel Toof. Ele é um fã seu. — Eu falei e Evis apertou a mão do meu tio.

— É um prazer finalmente conhecê-lo senhor Toof. — Elvis falou.

Comecei a juntar minhas coisas e fazer as minhas malas, enquanto isso Elvis e o meu tio conversaram sobre todo tipo de coisa.

— Como você lidou com os apelidos? Eu lembro de ler os jornais e os piores tipos de críticas possíveis eles faziam, como conseguiu lidar com isso? — Meu tio perguntou e eu apurei is ouvidos para ouvir melhor.

— Você tinha apelidos? — Perguntei me aproximando dos dois.

— O problema já eram os apelidos em si mas sim as críticas, os jornalistas conservadores descreviam os shows com palavras como: "burlesco", "contorcionismo", "giros" e "masturbação". — Meu tio falou.

— Eu não sabia disso, na verdade eu não o conhecia até começar a trabalhar em Graceland. Agora eu fiquei curiosa para ver o seu show, sério, até masturbação? — Eu falei e Elvis riu.

— Não é o que você está pensando Grace, eu apenas dançava. — Elvis falou e meu tio sorriu.

— Chama aquilo de dança garoto? Você requebrava e rebolava no palco inteiro deixando as garotas atiçadas e gritando histéricas. Não é atoa que recebeu o apelido "Elvis o Pélvis". O que acha desse apelido? — Meu tio perguntou e eu comecei a rir descontroladamente.

— Elvis o Pélvis? — Eu falei tentando controlar o riso.

— Pois é. Elvis o Pélvis, é a expressão mais imatura e infantil que eu já ouvi vinda de um adulto. — Elvis respondeu a pergunta do meu tio. — Eu me lembro que, quanto mais críticas eu recebia mais eu me movimentava, mas depois da minha aparição na TV cantando...

— Hound Dog. — Tio Sam e Elvis falaram ao mesmo tempo.

— Começaram a me gravar apenas da cintura para cima. — Elvis continuou.

— Sério? — Perguntei.

— Eles não gostavam de mim, me achavam perigoso demais. — Elvis respondeu.

— Eles tinham medo do que o seu quadril fazia com as garotas, Presley. — Meu tio disse fazendo Elvis rir.

Procurei o meu último pertence antes de ir, minha revólver Smith & Wesson Modelo 53. Quando peguei a arma na mão os olhos de Elvis brilharam.

— É uma Smith & Wesson Modelo 53? — Elvis perguntou e eu lhe entreguei a arma.

— Conhece armas? — Eu questionei.

— Sou um colecionador. — Elvis falou.

— Eu também seria se tivesse dinheiro, nem todos tem essa sorte. Você não tem cara de que atira bem, é um bom atirador? — Perguntei.

— Na verdade eu sou sim. — Elvis disse — Seu tio deveria vir morar conosco Grace, o que acha chefe?

Meu tio deu de ombros e suspirou.

— Eu não posso voltar para Graceland, não depois do acidente do meu irmão.

Elvis deu alguns tapinhas no ombro do meu tio e assentiu compreensivo.

Meu tio me ajudou com as minhas malas e após uma despedida breve, voltamos para Graceland.

Na primeira vez eu entrei nessa casa como a herdeira.
Na segunda vez como uma desempregada.
E agora eu entro em Graceland como a esposa de um rei. Um rei do rock.

Pretty Woman - Elvis PresleyOnde histórias criam vida. Descubra agora