Pretty Woman - Elvis Presley

Amanhã, Depois de Amanhã e Depois de Amanhã.

— Eu te amo. — Ele sussurrou.

O olhei com duvida, será que eu ouvi certo?

— O que disse?

— Eu te amo. — Ele disse.

— Fala de novo. — Pedi com um sorriso.

— Eu te amo Grace.

— De novo.

— Eu te amo.

Me inclinei para mais perto dele e o beijei.

— Eu também te amo. — Falei voltando a me sentar e continuei o lavando.

— Você deveria fazer isso mais vezes. — Ele falou enquanto eu esfregava o cabelo dele com shampoo. — É gostoso.

Eu apenas ri e enchaguei o cabelo dele com um copo. Elvis chacoalhou a cabeça jogando água para todos os lados inclusive em mim que ri do seu cabelo totalmente bagunçado.

Ele saiu da banheira fazendo um rastro de água e peguei uma toalha que estava pendurada na porta. Vou ser sincera (como sempre) dar um banho nele foi fácil ele estava submerso na água e eu não tinha uma imagem clara de seu corpo, mas seca-lo sem olhar para ele com olhos desejosos era impossível. Por mais que eu tentasse.

— Me acha bonito não é? — Ele perguntou e eu sorri sem olhar para ele.

— Acho.

— Eu não sou mais tão bonito quanto eu costumava ser antes... antes. — Ele falou em um suspiro.

— Como pode dizer isso? Você é lindo demais Elvis, o garoto mais lindo, gostoso, sexy e sedutor. Você é um gato, o meu gato está bem? Meu gatinho. — Falei enchendo o o rosto dele de beijos. — Mau gatinho.

Ele sorriu e eu amarrei a toalha em sua cintura. Peguei um pente de cabelo e saí do banheiro sendo seguida por Elvis até o closet, onde ele se sentou em uma cadeira esperando pacientemente que eu escolhesse uma roupa para ele vestir.

Quando achei um pijama confortável entreguei para ele que vestiu rapidamente.

— Eu vou pentear o seu cabelo esta bem? — Eu perguntei e ele assentiu se sentando novamente e assim eu comecei a escovar o seu cabelo. — Pronto. Está penteadinho! Agora vamos dormir meu bem.

Ele assentiu e nós fomos deitar. Me aconcheguei no peito dele e Elvis beijou a minha cabeça.

— Boa noite Little Cat.

— Boa noite meu gatinho.

E eu não vi mais nada. Apaguei totalmente, e Elvis também.

Acordei apenas no outro dia, sentindo os braços de Elvis em volta da minha cintura e o seu rosto enfiado nos meus peitos. Eu sentia a sua respiração na minha pela entre os meus seios o que me fez sorrir com a sensação.

Acariciei os seus cabelos de uma forma suave e o ouvi resmungar. Pensei que ele ainda não havia acordado, mas mudei de ideia ao sentir um beijo na minha pele, e depois no meu peito até chegar no meu pescoço e na minha bochecha.

— Acordou animado hoje. — Falei enquanto ele não parava de me encher de beijos. — Elvis! Pare! Amor! Amor! — Falei entre risos e ele não parou.

— Minha Little Cat. — Ele falou. — Minha gata. — Ele me deu um celinho. — Só minha. — Mais um celinho. — Toda minha.

— Hum... que sorte a minha ser acordada assim. — Falei e ele sorriu. — Está com fome meu gatinho?

— Estou sim. — Ele falou me beijando e subindo em cima de mim.

— Não nesse sentido Elvis! Eu estava falando de comida, café da manhã, não sexo! — Falei o tirando de cima de mim enquanto eu ria.

Me levantei mesmo com a insistência dele para que eu permanecesse deitada, coloquei meu roupão e fui até os berços dos bebês.

Jesse já estava acordado e Lisa começava a acordar agora, peguei Jesseno colo e o entreguei para Elvis.

— Cuida dos seus filhos, eu já volto. A Lisa já está acordando também. — Falei antes de sair do quarto correndo.

Fui para o meu quarto e troquei de roupa, fiz as minhas higienes e quando finalmente estava pronta voltei para o quarto.

Elvis estava trocando a pequena Lisa que mastigava um brinquedo de plástico e Jesse estava sentado no chiqueirinho tentando entender o que era a sua própria mão.

Me sentei na cama e julguei com os olhos cada movimento do meu gato, eu deveria ter ensinado isso a ele.

— Quer ajuda? — Perguntei.

— Não. Eu posso fazer isso sozinho. — Ele disse e eu levantei as sobrancelhas. — Pronto!

Ele levantou a pequena Lisa mas infelizmente a frauda caiu no chão com um baque silencioso. Ele suspirou frustrado e eu cai na gargalhada.

— Não ria do meu fracasso Grace. Eu sou um pai de primeira viagem gata, não me julgue. — Ele falou colocando a Lisa de volta na cama.

— Eu não estou julgando amor, não se preocupe. Eu só... tinha que ter visto a sua cara. — Falei voltando a rir. — Elvis Presley, derrotado por uma frauda, como se sente?

— Humilhado. Me sinto humilhado.

Depois disso eu o ensinei a colocar a frauda da forma certa e fomos tomar café juntos, só eu e ele.

Parecíamos uma família feliz, até que eu percebesse que ele não comeu nada, apenas disfarçou e me ajudou a alimentar os gêmeos. Mais tarde naquele mesmo dia eu percebi que ele não estava muito bem, ele mal comeu e por mais que ele se esforçasse eu notei o seu sofrimento, ele estava sentindo na pele a dor da abstinência.

A noite, pedi a Delta e a Minnie que cuidassem dos gêmeos, apenas essa noite, para que eu pudesse cuidar do meu marido.

Eu preparei um jantar muito bom e saudável, que pudesse recuperar as forças dele. Subi as escadas com a bandeja de comida em minhas mãos e fechei a porta atrás de mim após entrar no quarto.

Elvis saiu do banheiro de cabelo molhado e com a toalha enrolada na cintura.

— Eu pensei que tivesse ido buscar os bebês,  a não ser que eles estejam de baixo desse prato. — Ele falou e eu ri.

— Eles não estão. Eu trouxe o seu jantar, você não comeu nada o dia todo. — Eu falei mais alto, pois ele entrou no closet, por mais que a porta estivesse aberta.

— Eu não estou com apetite, estou sem fome. — Ele falou saindo do closet já de pijama.

— Elvis, se você não comer nada vai acabar parando no hospital. Agora senta aqui e coma por favor. — Eu pedi segurando as suas mãos, ele beijou demoradamente os nós dos meus dedos e assentiu. — Ótimo, muito bom, muito bom meu gatinho.

Consegui convencê-lo a comer e até a aparência dele melhorou, não parecia mais doente, agora ele já estava bem melhor, aparentemente.

Mas foi só o começo e a situação piorou muito nas próximas semanas... no caso amanhã, depois de amanhã, e depois de amanhã.