Capitulo 23 - Calmaria pt. 1

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Ainda no primeiro andar, entramos na casa da sra. Rosenberg, ela morreu a 8 meses atrás, foi de repente, não estava doente nem nada, o Sal disse que assim que ativou o gearboy perto dela uma segunda vez, ela desapareceu, simples assim e nunca mais foi vista. Assim que entramos demos de cara com os móveis dela cobertos com panos  brancos. Sal questionou:

Sal: por que eles deixaram todas as coisas da Rosenberg aqui mesmo?

Larry: o Addison ainda acha que ela está de férias ou algo assim e vai voltar

Sal: eu não acho que isso vai acontecer

Eu: eu não consigo entender o que houve com ela

Sal: também não sei exatamente o que aconteceu

Larry: vc disse que ela só meio que, tipo, desapareceu né?

Sal: é, mas não foi só isso, ela apareceu como um fantasma antes de desaparecer, eu não acho que ela seja totalmente humana

Larry: ah é, eu lembro de vc ter dito isso e ela disse que participou do culto por um tempo, mas depois os impediu, ou pelo menos tentou, o que mostra que ela era bem velha

Sal: eu acho que ela era uma bruxa

Larry: isso faria sentido, mas se ela tinha poderes, porque a Rosenberg ficaria de molho aqui nesse apartamento?

Sal: talvez ela fosse velha demais ou talvez só tenha desistido de tudo

Larry: se eu tivesse poderes eu nunca me aposentaria, eu estaria ocupado me metendo em todos os tipos de problemas

Eu: estaria mesmo kk

Sal riu e falou: vem, vamos tentar descobrir mais coisas

Saimos do apartamento dela e batemos no apto 101 onde a sra. Gibson nos atendeu:

Sra. Gibson: sim? Oq vc quer Sal? Uggh, por que ELES estão aqui? (Ela falou a última pergunta com um tom que mistura nojo e desdém na voz)

Desde a minha mudança a sra. Gibson nunca gostou de nenhum de nós, nunca levei pro pessoal pq na verdade ela nunca gostou de ninguém, mas um dia, pouco antes de a gente se mudar, Sra. Gibson precisou pegar o elevador e viu eu e Larry se beijando meio intensamente nele e agora ela ainda não gosta de ninguém, mas guarda um rancor especial de nós dois, mas não que Larry dê a mínima, Sal tentou falar:

Sal: sra. Gibson nos estamos ten- (e então BAM, ela fecha a porta na nossa cara)

Larry: bom, acho que é isso por hoje

Resolvemos pegar o elevador e ir pro segundo andar, estar no meu andar me dá nostalgia, mas jamais me dá saudades, não troco a vida que tenho com Larry hoje por absolutamente nada. Entramos na casa dos pais de Todd e nós deparamos com Janis, mãe dele, sentada no sofá. Fomos conversar com ela (mesmo sabendo que ela nunca está sóbria):

Janis: Sally face, Raissinha e Laaarryzinho, que surpresa agradável

Sal: oi Janis

Eu: oi

Larry: e aí

Janis: oq traz vcs aqui?

Sal: só passando pra dar oi

Janis: olaaaaaaa! Kkk

Sal: hm, olá

Puxei levemente os braços dos meninos e falei : não vamos conseguir nada aqui sabem disso né?

Sal: vamos tentar explorar mais

Sal foi pra cozinha e eu e Larry no banheiro, tentando ver se achamos o fantasma chorão e ouvimos Janis falar:

Janis: o casal acabou de ir pro banheiro juntinhooos? Kkkk

Ela começou a rir oq fez eu quase morrer de vergonha e fez Larry rir também e então ele comentou baixinho pra mim:

Larry: oq ela tá sugerindo não é má ideia

Eu: é, é má ideia, vc nn sabe quão má essa ideia é

Larry riu de novo e após não achar nada incomum no banheiro saímos e vimos Sal, que também não viu nada demais na cozinha, fomos pro antigo quarto do Todd e eu acho que eu realmente não estava preparada pra ver um jardim de maconha logo ali, literalmente vários vasos da planta, vários mesmo, com lâmpadas dando luz e calor artificial pra cada um dos vasos, eu diria que eles fazem contrabando se não visse os dois sempre tão chapados, por conta disso sei que aquele ali é um jardim pra consumo próprio. Eu falei um pouco surpresa:

Eu: wow

Sal: é... eu que o diga

Ray: e aí meninos! Larry, veio pegar mais?

Olhei surpresa pro Larry que pareceu gelar por um momento e respondeu meio desconfortável:

Larry: nada, estou de boa Ray, valeu.

Ray: e vcs dois? (Falou perguntando pra mim e Sal) já deram uma olhada no meu jardim? Oq acham?

Sal: é um pouco demais né?

Ray: há! Sempre  brincalhão esse cara! É por isso que nos te amamos Sal.

Eu não consegui segurar e fiz a pergunta que não quer calar:

Eu: oq o Todd achou?

Ray: O todd não gostou muito do fato de que transformamos o seu antigo quarto em um jardim, mas ele sabe o quão feliz isso nos faz, ele também sabe que nada no mundo vai preencher o espaço dele em nossos corações

Larry: aww (falou meio sarcástico, mas Ray não notou o sarcasmo)

Sal: ele tem sorte de ter pais tão amorosos

Ray: e amigos tão maravilhosos! Eu morro de orgulho de vcs, morro de orgulho!

Sorrimos para Ray e então saímos da casa, eu particularmente com mais perguntas que respostas, principalmente pra Larry, mas sei que agora não é o momento certo.

Entramos na casa da Srta. Packerton que já não tinha a maioria dos móveis nela, mas ainda tinha o cheiro, Sal comentou:

Sal: nossa, ainda fede aqui

Larry: sim, fede muito

Chegamos até a cozinha onde ainda tinha a mancha de sangue do bode e quando tentamos testar o gearboy, nada adiantou, Larry comentou:

Larry: até nosso querido bode está se escondendo

Sal explorou o banheiro (Eu e Larry não conseguimos, fedia demais) e depois fomos pro quarto onde o sr. Packerton estava e lá só tinha a máquina de suporte de vida, Sal comentou:

Sal: eu me pergunto oq eles fizeram com o corpo do sr. Packerton

Larry: bom, pelo menos ele não foi servido como carne de almoço

Eu: eco Larry

Sal: é, espero que não

Sal deu mais uma andadinha e falou:

Sal: tem um rasgo no carpete bem aqui (ele tentou puxar,  sem sucesso) mas não consigo puxar só com as mãos

Eu: depois a gente tenta ver se acha algo pra ajudar a puxar

Os meninos concordaram e então fomos para o quarto onde rolava a carnificina, várias coisas tinham sumido, mas a máquina ainda estava lá, Sal comentou:

Sal: eu devia ter adivinhado que aqueles caras não eram policiais de verdade, eu tive uma sensação estranha sobre eles

Eu: tá falando daqueles que vieram recolher as coisas dela?

Sal: é

Larry: eu não faço ideia de como eles limparam esse lugar em uma noite, com só dois deles

Sal: eles definitivamente eram os mesmos caras fingindo ser policiais quando a sra. Sanderson morreu também. Eu os vi saindo de manhã.

Larry: é muita gente os viu, eu e Raissa também vimos eles

Sal: pois é, talvez tenha sido por isso que eles vieram de noite: por que eles sabiam que os reconheceriamos de alguma forma

Larry: o Todd ainda não conseguiu descobrir a identidade real deles né?

Sal: não, mas eu podia jurar que vi um deles entrando na igreja há algumas semanas, eu tenho ficado de olho todos os dias depois disso, eles tem tido várias reuniões lá

Eu: oq? Na igreja?

Larry: mas isso é tipo coisa normal de igreja, reuniões e coisas assim, pode ser e não ser alguma coisa

Eu: mas Larry, se aqueles dois realmente fazem parte do culto, sabemos que o que eles cultuam é algo bem oposto do que geralmente uma igreja apoiaria

Sal: eu tenho falado com o Todd sobre a instalação de algumas câmeras escondidas e gravadores de áudio lá, só pra dar uma olhada

Larry: legal, eu sempre topo um bom A+I

Sal: A+I?

Larry: arrombamento e invasão, vai cara (ele reclamou como se Sal fosse lento e eu ri)

Eu: essa não foi uma de suas charadas mais fáceis

Sal: não mesmo, Raissa quer entrar na sua antiga casa?

Eu: pq?

Larry: vc espera que agora que não tem mais um anjo morando lá, os fantasmas tenham ido morar lá?

Eu ri da breguice dele e Sal riu também falando:

Sal: não fui bem por esse raciocínio, mas vale a pena tentar

Entramos no meu apartamento que agora está vazio, tudo isso me deu uma sensação de nostalgia, de quando me mudei pra cá e ele estava vazio assim, até eu terminar minha mudança, sem saber que todo o curso da minha vida ia mudar, Sal perguntou:

Sal: como se sente voltando aqui?

Eu: nostálgica, mas ao mesmo tempo não tenho vontade de voltar, estou muito melhor agora

Larry : Concordo, também não tenho saudades nenhuma do prédio, sinto arrepios só de entrar aqui dentro, ainda bem que aquela sensação esquisita que estava tomando conta de mim na época foi embora

Sal concordou como se soubesse do que Larry estava falando e bem, acredito que nós 3 sabemos bem que sensação é essa. É como se aquele espírito fosse nos dominar e nos levar pro inferno junto com ele.

Meu Final MerecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora