o tempo curto havia chegado ao fim. partículas de medo junto a sua partida recente, e quanto mais próximo mais apavoro viria. no entanto Lilac teria que um dia deixar para lá o que a consumia. simplesmente assim. esquecer-te do esquentar do sangue e da palpitação no peito, das palavras presas na língua e de tudo o que corria pelos olhos rio. ela saberia dizer não mesmo que negasse a si mesma. mar por vir viria como tsunami e a afogaria. uma hora, ali estaria. presa por nunca se quer tentar controlar tamanha heresia. então ela diria que numa tarde de dia, paz encontraria. mas não, Lilac não poderia nunca ter sossego nessa vida. mesmo que o medo se fosse, o apavoro corresse para dentro de um meio fio, lá dentro algo havia. alguma coisa ainda sim meio maligna meio facinha. mas era dela, pertencia a ela. e disto ela nunca fugiria.
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O fim da minha eterna adolescência
PoetryO fim da minha eterna adolescência é, simplesmente, uma coletânea de muitas vivências de mim. Descobrir-se é sair de si. Como diz Saramago, é preciso sair da ilha para ver a ilha. Essa sou eu fora da ilha. E meus relatos desde então.