Delírios

1 0 0
                                    

delírios.
afogam-me sob os escombros.

a armadura despedaçada dos mil encontros.

solto a dor da pele ardendo pela garganta.

temo a chegada afobada do tempo.

devaneio em mim.

quero multidões e multirões.

acabo-me por ignorar a realidade latente.

com medo do que vejo e ainda mais do que virá quando o grito silenciar em mim.

a pureza de um corpo nunca encontrará a luz de dois.

suplico pelo fim, beirando o silêncio.
esqueço-me.

deixo por um instante de ser.

não vejo luz, nem sinto calor.

é como nem sequer existir.

num berço que me abraça dolorosamente bem.

lá fico.

noutra vez suplico.

aqui meu lugar, aqui vou ficar.

pra sempre dentro do delírio.

O fim da minha eterna adolescênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora