07. a peça, o show, o jogo

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CERTA VEZ LI EM UM LIVRO QUALQUER que nós somos do tecido de que são feitos os sonhos

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CERTA VEZ LI EM UM LIVRO QUALQUER que nós somos do tecido de que são feitos os sonhos. Shakespeare não errou quando disse isso.

Os sonhos que temos moldam a nossa personalidade, os nossos desejos, ambições, e muitas vezes, o nosso presente.

Hoje é o dia da peça de Alice no país das maravilhas. Estou anciosa, tanto para atuar quando por saber que mais tarde será o show de rock que eu e os piores tanto esperamos.

A nossa salvação vai acontecer hoje, e essa noite será lembrada como a que a professora Burcu se apaixonou pelo professor Kemal.

— Você tá linda, eles estariam muito orgulhosos. — Aslam disse enquanto olhava para mim através do reflexo no espelho.

— Você acha? — sei que meus pais estão orgulhosos por me verem correr atrás do meu sonho de ser uma atriz famosa, de resto, não sei se eles estariam felizes.

— Eu tenho certeza. — Aslam beijou minha testa e disse sorridente. — Seus amigos estão aqui.

— Eles vieram mesmo? — nem percebi quando comecei a sorrir.

— Todos eles, o irritado, o das apostas, aquele esquisito, a conselheira de classe e a Eda. — Aslam pronunciou o nome da última garota de uma forma estranha.

— Tem alguma coisa que você queira me contar, As? — sorri maliciosa e vi ele revirar os olhos.

— Não.

— Vocês ficariam bonitinhos juntos. — não sei por que disse isso. Não sei se Eda é a garota certa para o meu irmão.

— Cala boca, Esme. — ele bateu de leve no meu ombro, mas eu percebi que sorriu levemente com a ideia. — Está na hora. Vai dar tudo certo.

Ele acenou e saiu. E eu me virei novamente para o espelho, me encarei e disse a mim mesma que poderia fazer qualquer coisa. O céu é o limite.

Antes da peça começar fui dar uma leve espiada no público, abri uma fresta na cortina, e caramba, o salão estava lotado! Vi meus amigos na segunda fileira, eles não pareceram notar que estavam sendo espiados, mas Kerem notou.

Sorriu para mim e fez joinhas com as duas mãos em um gesto estranho de motivação. Eu gostei. E sorri de volta para ele.

É estranho pensar que a dois meses atrás estávamos discutindo e quase saindo na mão pelos corredores. Hoje em dia, só discutíamos, às vezes.

A peça iria começar e eu fui para o meu lugar. A grande cortina vermelha se abriu e a sensação de ver todos prestando atenção em mim foi emocionante. Todos estavam ali por mim, para me ver, para me ouvir.

A música ecoou pelos auto-falantes, os dançarinos iniciaram sua performance atrás de mim e eu comecei a minha atuação.

Andei despreocupada pela floresta — o cenário estava lindo — enquanto cantarolava uma música qualquer. Até que parei e me escondi atrás de uma árvore, pois tinha visto um coelho, o mais estranho é que esse coelho usava um relógio no pescoço.

𝐄𝐍𝐄𝐌𝐈𝐄𝐒 𝐎𝐅 𝐋𝐎𝐕𝐄     ̶  ̶   love 101Onde histórias criam vida. Descubra agora