05. temos um plano

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1998

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1998

CERTA VEZ LI EM UM LIVRO QUALQUER que a felicidade da sua vida depende da qualidade de seus pensamentos.

Ultimamente, no entanto, não venho me mostrando uma pessoa com a mente feliz. As decepções de ter meu currículo rejeitado novamente me abalaram mais do que o esperado.

Porém, nunca é tarde para mudar. E se as portas para o sucesso não se abrirem para mim eu as derrubarei a base de pontapés.

Sempre gostei das aulas de artes, de conhecer artistas novos, dar opiniões sobre suas obras e tentar entender suas mentes.

Hoje faríamos um trabalho em dupla, e para o meu azar, um ogro foi sorteado como meu parceiro. Novamente, o universo não está ao meu lado.

Kerem seria minha dupla.

— Eu também não queria isso. — Kerem resmungou assim que se sentou ao meu lado. — Mas ficar de cara amarrada não vai ajudar em nada, loirinha.

— Eu não estou de cara amarrada, e pare de me chamar assim. — retruquei amarrando a cara.

— Assim como? Loirinha? — ele sorriu sarcástico com a intenção de me provocar. O pior é que está conseguindo. — Então, vamos fazer esse trabalho ou não, loirinha?

— Para com isso! — falei um pouco alto demais e recebi risinhos e um “shi” da professora como resposta. — Desculpa.

— Eu não sabia que você era tão temperamental. — Kerem soltou um riso nasalado. A forma como ele me olhava era estranho, como se quisesse dizer algo, mas simplesmente não soubesse como começar.

— Está falando de você mesmo, Keremzinho? — perguntei no mesmo tom.

— Gostariam de compartilhar com a classe o que estão debatendo, senhorita Esmeray e senhor Kerem? — a professora perguntou e isso causou um silêncio repentino naquela sala.

— Ele quer, professora. — pisquei para Kerem e pude ver seu rosto paralisar por alguns instantes.

— Era sobre o trabalho.

— Espero que saibam que é para hoje. — a senhora de idade estreitou os olhos na nossa direção.

Assentimos e começamos nossa releitura de O grito.

— Eu não acredito que fez isso. — falei assim que senti algo tocar meu rosto, em seguida, coloquei minha mão ali e vi a tinta amarela escorrer por meus dedos.

— Eu só estava limpando meu pincel, loirinha. — Kerem sorriu sarcástico e eu vi, por uma fração de segundo, seus olhos fitarem meus lábios.

Senti um arrepio na espinha. Não sei bem o motivo. Kerem não é feio, pelo contrário, é alto, moreno, atlético e com lindos olhos pretos. Eu diria até que ele é adorável, o único problema é sua personalidade um tanto quanto explosiva.

𝐄𝐍𝐄𝐌𝐈𝐄𝐒 𝐎𝐅 𝐋𝐎𝐕𝐄     ̶  ̶   love 101Onde histórias criam vida. Descubra agora