Algumas horas

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Natasha Romanoff

Havia descido para tomar café, e logo sinto um corpinho agarrar meus pés.

- Mamãe. - uma vozinha doce pronuncia, e meu coração se ilumina instantaneamente.

Olho para baixo e encontro minha filha, com seus olhinhos brilhando de alegria. Seu sorriso contagiante faz com que todas as minhas preocupações desapareçam por um momento.

- Oi meu amorzinho. - falo, abaixando-me para abraçá-la. O calor do abraço dela é reconfortante, e agradeço silenciosamente por esses pequenos momentos de pura felicidade.

- Cadê a mamãe Calol? - meu sorriso se abre ainda mais ao vê-la falar daquele jeitinho.

- Ela já saiu para trabalhar, meu anjo. Mais tarde você a vê, tudo bem? - ela cruzou os bracinhos parecendo emburrada.

- Ah, ela disse que ia me levar para a escolinha. - resmungou.

- Disse? - ela assentiu, provavelmente ela deve ter esquecido, como eu havia dito: Única coisa boa em Carol hoje em dia é que ela é uma mãe perfeita, isso eu não posso negar. - Ela deve ter se esquecido, meu amor. Depois você pergunta para ela.

- Tá! - Fez um bico, e eu fiz cócegas em sua barriga. Ela soltou uma risadinha gostosa, desmanchando o bico.

- Não tem sua mãe, Carol, mas serve sua mamãe Nat? - Me ofereci para levá-la para a escola.

- Claro que sim, mamãe. Agola vamos comer. - ela se forçou pra baixo pra sair do meu colo e eu a coloquei no chão, a mesma saiu correndo pra cozinha.

Cheguei ao cômodo, e a mesa estava posta. Coloquei Jade sentada e sentei ao lado. Sirvo seu café, e ela começou a comer devagar para não se sujar inteira, pois já estava arrumada para ir à escola.

- Senhora Natasha? - a funcionária me chamou, e a encarei.

- Sim?

- A senhora Carol mandou fazer seu café. - ela colocou uma pequena tigela de frutas na minha frente, e aquele pouco de animação que minha filha havia me dado morreu no mesmo instante.

- Ah... Obrigada. - agradeci, e ela se retirou.

Bom, eu queria uma panqueca, mas hoje seriam frutas. Pois nem o que eu queria comer eu podia escolher. Eu queria entender como tudo desandou; Carol não era assim. Ela sempre me tratou como uma rainha, mas isso simplesmente mudou de um momento para o outro, ou eu estava tão cega que não percebia que ela sempre foi assim e apenas disfarçava? Bom, era uma boa opção, mas são muitos questionamentos sem uma resposta definitiva.

Na noite do primeiro tapa, foi quando descobri que ela havia me traído. Eu acabara de ganhar minha filha e não estava disposta a fazer quase nada. Querendo ou não, Carol tinha suas necessidades. Descobri e acabei a confrontando, e foi a pior decisão da minha vida. Talvez, se tivesse ficado quieta, ela ainda seria a Carol por quem me apaixonei.

Estava com Carol há cerca de seis anos; nossa filha tinha dois, ou seja, eu lido com a nova versão da Carolina há dois anos. Os primeiros anos foram os melhores; nunca me senti tão bem e tão viva. Carol me levou para conhecer o mundo; tudo que sei hoje é graças a ela. Mas se pudesse voltar no tempo, eu voltaria. Por mais que eu odiasse meu passado, eu odeio ainda mais o meu presente.

E rosas! Eu simplesmente odeio rosas. Eu sei que a flor não tem culpa de nada, mas e se eu não tivesse vendido rosas? Eu não a teria conhecido! Pelo menos era assim que eu pensava, mas como o destino nunca estava ao meu favor, provavelmente eu a encontraria em outro ponto da vida.

Sai dos meus pensamentos infelizes com a voz da minha filha.

- Terminei, vamos logo, mamãe. - ela diz, sua expressão animada tentando me contagiar.

Ultraviolence - Wantasha (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora