Capítulo 11: O Labirinto do Predador

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Na escuridão que engolfava Winterbourne, Clara e Edward enfrentavam um novo nível de perigo. Após a confissão do arqueiro, Clara, com um olhar que mesclava satisfação e cálculo, conduziu Edward de volta ao coração da mansão. Suas expressões eram sérias, cada passo carregado com a gravidade da situação.

"O jogo está se tornando mais complexo," Clara disse, sua voz um sussurro frio na quietude da noite. "Quem quer que esteja por trás disso está jogando com um nível de conhecimento e audácia que eu não esperava."

Edward, seguindo-a, sentia uma mistura de medo e fascinação. A capacidade de Clara de manter a calma e a racionalidade em face do perigo revelava uma faceta de sua psicopatia - ela não apenas enfrentava o perigo, ela o acolhia, o utilizava como uma ferramenta para seus próprios fins.

Eles chegaram a uma sala que Edward nunca vira antes. Era um escritório repleto de monitores e equipamentos de vigilância, um centro de controle que Clara usava para manter um olho em cada canto de Winterbourne. À medida que Clara examinava as imagens nos monitores, seus olhos brilhavam com uma intensidade predatória.

"Estamos sendo caçados em nosso próprio território," ela disse, sua voz carregada com uma raiva controlada. "Mas em Winterbourne, eu sou a predadora, não a presa."

Edward observava, percebendo a extensão do controle de Clara sobre a mansão e seus habitantes. Ela não era apenas a senhora de Winterbourne; ela era sua guardiã e sua caçadora.

Subitamente, um dos monitores piscou, mostrando uma figura encapuzada movendo-se pelos jardins. Clara, com uma agilidade surpreendente, se levantou. "Venha, Edward. A caça começou."

Eles se apressaram para fora do escritório, seguindo a trilha da figura misteriosa. Clara se movia com uma destreza que beirava o sobrenatural, cada passo um atestado de sua familiaridade com a escuridão que os cercava.

Ao alcançarem os jardins, viram a figura encapuzada se afastando rapidamente. Clara, sem hesitar, começou a perseguição, com Edward logo atrás. A lua cheia agora iluminava o caminho, lançando uma luz prateada sobre a cena surreal.

A perseguição os levou a uma parte remota dos jardins, onde uma antiga estufa se erguia, esquecida pelo tempo. A figura encapuzada entrou na estufa, desaparecendo entre as sombras e as plantas enredadas.

Clara, chegando à entrada, parou e olhou para Edward. "Fique atrás de mim," ela ordenou, sua voz um comando que não admitia desobediência.

Eles entraram na estufa, onde o ar estava carregado com o cheiro de terra e vegetação. A figura encapuzada, agora encurralada, se virou para enfrentá-los. Sob o capuz, uma face conhecida - um dos convidados frequentes das festas de Clara.

"Por que está fazendo isso?" Clara perguntou, sua voz um sibilar venenoso.

O homem, tremendo, respondeu com uma voz trêmula. "Você não entende, Clara. Você nunca entendeu. Winterbourne é uma prisão, e você é a carcereira."

Clara deu um passo à frente, sua presença dominando a estufa. "Winterbourne é meu reino," ela disse, sua voz elevando-se. "E eu decido quem fica e quem vai. Você fez sua escolha."

Edward, observando, percebeu a verdadeira natureza de Clara. Ela não era apenas uma herdeira de um legado antigo; ela era uma força da natureza, implacável e inescapável. Naquele momento, ele entendeu que, ao lado de Clara, ele estava dançando no fio da navalha, e cada passo poderia ser seu último.

A tensão na estufa era sufocante, com Clara enfrentando o traidor, sua figura imponente destacando-se entre as sombras e as plantas. "Você acha que pode desafiar meu domínio?" Clara questionou, sua voz ressoando com uma autoridade que parecia emanar das próprias paredes de Winterbourne.

O Reflexo de ClaraOnde histórias criam vida. Descubra agora