Cap 30

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Dulce narrando
Dia seguinte...

Acordei cedo, fiz minha higiene pessoal e tomei banho, desci para preparar o café, deixei Ucker dormir mais um pouco, Dorinha já estava arrumada comendo seus biscoitos favoritos, Ana me deu bom dia e foi ajeitar algumas coisas antes de sair com a minha filha

— O tio Ucker não acordou ainda mamãe? — Dorinha questionou sentada em uma das banquetas

— Ainda não meu amor, você está linda — sorri, antes de lhe beijar a face

— Obrigada, você também, te amo

— Te amo, minha pequena  — falei, com os olhos marejados

— Porque está chorando mamãe? — questionou

— Só estou um pouquinho sentimental hoje, meu amor — sorri, antes de pegá-la no colo

Não demorou para que Ucker chegasse até nós

— Bom dia princesas lindas — disse, antes de me dar um selinho rápido e um beijo na bochecha de Dorinha

— Bom dia meu amor! — falei entre um sorriso
Tomamos café da manhã, depois Ana levou Dorinha pra creche, me despedi dela com o coração apertado

— Meu amor, vai ficar tudo bem, fica tranquila — Ucker disse, tentando me consolar

— Obrigada por estar comigo — nos abraçamos fortemente, após o momento, peguei minhas coisas e seguimos viagem para a delegacia, fiquei calada durante todo o percurso, ao chegar no local, Ucker estacionou o carro e nós descemos

— Tudo bem? — perguntou

— Sim, vamos entrar! — falei e nós seguimos, o delegado nos recebeu surpreso, nos conduziu até uma pequena sala e sentamos de frente pra ele

— O que traz os pombinhos até aqui? Alguma novidade do Pedro, Dulce? — ele perguntou e eu congelei na hora, Ucker dirigiu o olhar até o meu e então respirei profundamente antes de responder

— Tenho sim delegado!

— Isso é ótimo, sabe a localização exata? — perguntou animado

— Pedro está morto — Fui direta e vi o sorriso do dele sumir

— Como assim morto? Alguém disse isso a vocês? — Indagou confuso

— Não, eu matei ele — confessei e as lágrimas caíram sem permissão

— Quê? Como foi isso? Que dia ? — levantou da cadeira e passou a andar de um lado para o outro

— No dia do sequestro, ele tentou abusar de mim, estava bêbado, consegui fugir com um dos carros, mas ele me alcançou na estrada de chão, tinha um revólver no porta luvas, eu desci e apontei pra ele, ou ele morria ou morreria eu ...

— Então você mentiu o tempo todo?

— Não tive coragem de contar, nem mesmo de fazer o que eu fiz — chorei ainda mais, Ucker foi me abraçar

— E você, Crhistoper? Já sabia disso? — o delegado se dirigiu a ele

— Ela me disse ontem, por isso estamos aqui, para contar como tudo aconteceu ...

— Ok, mas eu quero que você aguarde lá fora, preciso colher o depoimento dela sozinha — olhei pro Ucker e pedi que ele fosse, a sós na pequena sala, comecei a relatar todo o ocorrido, encerrado o depoimento, ele pediu que eu aguardasse na outra sala, Ucker já podia me acompanhar

— Como foi meu amor ? — Ucker perguntou ao me abraçar

— Difícil, tenho certeza de que vou ficar presa — Chorei

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