Cap 13

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Narração Dulce
Chegamos em casa às 3hs da manhã, Pedro subiu com a Dorinha no colo, ela já estava dormindo.
Aproveitei pra colocar o sonífero na taça de vinho que preparei pra gente tomar, a idéia é que ele durma profundamente, assim eu posso instalar a câmera no nosso quarto.
— Finalmente a sós meu amor! — Ele disse ao tocar meu ombro.
— Sim — Sorri, ao me virar de frente pra ele com a taça de vinho na mão.
— Humm, vamos beber a essa hora? Indagou.
— É o seu preferido, vai me acompanhar? — Sorri.
— Claro que sim, estou morrendo de saudades de você... — Pegou a taça e me puxou pela cintura.
— Eu também — Nos beijamos, em seguida ele tomou um gole do vinho.
— Está uma delícia! — Aprovou.
— Vem, vamos sentar — o puxei pela mão até o sofá enorme da sala e nos acomodamos.
— Eu não me esqueci que está me devendo várias coisas dessa turnê — Disse, sério.
— Vai mesmo preferir iniciar uma discussão a essa hora? — Passei a mão no seu peito por dentro da camisa.
— Tem razão, amanhã é outro dia. — Voltou a tomar o vinho e eu o acompanhei com a minha taça, não demorou muito para que o sonífero surtisse efeito.
— Minha vista está embaçada — Reclamou
— Deve ser o cansaço, meu amor.
— Talvez ... Começou a tirar meu vestido, mas logo caiu sobre o sofá, ajeitei seu corpo e peguei um lençol para cubri-lo .

Pronto! Agora é só seguir as recomendações do Ucker! Pensei.
Rapidamente subi as escadas e fui direito pro nosso quarto, peguei a mini câmera e fiz a instalação, a luz vermelha ascendeu e pronto, estava tudo funcionando perfeitamente. Sorri com a minha coragem, tomei um banho e me deitei, sabia que não ia conseguir pregar os olhos até que tudo fosse resolvido.

Narração Christopher
Ao sair do banho, recebi uma notificação no not book, corri pra ver e eram as imagens da câmera na casa da Dulce.
Ela conseguiu, você é incrível meu amor! Pensei comigo mesmo.

Narrador observador
A luz do sol adentrou pela porta de vidro da sala, acordando Pedro
— Mas o que estou fazendo aqui ? — Perguntou a si mesmo.
Olhou pro relógio no pulso e já eram 9hs da manhã. — Como pude dormir tanto assim — Esbravejou — Anaaaaaaaaa — Gritou para babá de Isadora
— Bom dia Senhor Pedro! — Estava amedrontada.
— Já levou a Dorinha pra Creche? — Perguntou ríspido.
— Sim senhor! — As mãos de Ana tremiam, sua expressão era de medo.
— Onde está Dulce? — Levantou do sofá ajeitando sua roupa.
— No quarto Senhor, ainda está dormindo.
— Ótimo, pode sair — Ela permaneceu estática em sua frente.
— Está com problemas de audição menina?
— N-ao senhor — Gaguejou — Já estou saindo.
Pedro subiu as escadas como um furacão, abriu a porta do quarto e Dulce estava dormindo como Ana havia falado, entrou no banheiro, fez sua higiene pessoal e Respirou profundamente antes de sair para confrontar a mulher.

Narração Dulce
Não consegui pregar os olhos desde que deitei nessa cama, ouvi os gritos dele chamando Ana, estava furioso, entrou no quarto e mesmo de olhos fechados pude perceber sua raiva, só espero que ele não descubra nada.
— Dulce, acorde ! — Escutei o lençol ser arremessado ao chão.
— Pedro? Que horas são? Aconteceu alguma coisa? — Me fiz de desentendida ao sentar na cama.
— Você ainda pergunta? — Ele estava furioso — Porque me deixou dormir no sofá? Isso nunca aconteceu antes...
— Eu te chamei, mas você parecia exausto, não me ouviu, por isso te cobri com o lençol e subi pra descansar um pouco
— Você não me engana mulher, o que colocou naquele vinho? — Ele se aproximou, fiquei assustada
— Não sei do que está falando — Comecei a chorar, não sabia se era de medo dele ou de que a câmera fosse descoberta — Não entendo porque está agindo desse jeito
— Alguma coisa está pretendendo e eu vou descobrir o que é, você voltou diferente...
— Não é porque bate em mim, que deixei de amá-lo, apenas quero tentar um casamento melhor — sequei minhas lágrimas — mas pelo visto, me enganei, você não vai mudar nunca
— Você não entende meu amor — sentou ao meu lado na cama — eu só quero o melhor pra você — Acariciou meu rosto — Recuei
— O melhor Pedro? Tem certeza? Desde quando me proibi das coisas, me bater e até me violentar é o melhor? — estava com raiva e queria jogar todo esse ódio guardado a tanto tempo pra fora
— É o meu jeito de te amar — Disse por fim.
— Jeito de me amar — Sorri sarcasticamente — Você é um psicopata
— Me perdoa, eu até tinha pensado em te trancar em casa depois de tudo que vi e li sobre você e aquele imbecil do Christopher — Interrompi sua fala
— Você o que? Cogitou a possibilidade de me trancar? É isso mesmo? — Estava muito ferida emocionalmente.
— Sim meu amor, não quero te perder — Tentou me beijar, Afastei-me
— Não chegue perto de mim — Levantei, ele me seguiu e me encostou contra parede
— Você é minha Dulce, ouviu bem? Minha
— Eu tenho nojo de você — Nessa hora senti meu rosto queimar com a bofetada que ele me deu — Isso, bate mais, não é assim que você gosta? — Lágrimas escorriam pelo meu rosto.
— Você merece uma lição por toda vergonha que me fez passar com essa turnê ridícula — Apertou minha garganta
— Faça o que quiser, já não me importo mais — Falei com dificuldade.
Nesse momento, Ana, que havia recebido uma ligação do Ucker conforme combinado, bateu várias vezes na porta a fim de evitar que eu sofresse mais um abuso.
— Mas o que é sua impertinente? — Ele soltou as mãos da minha garganta.
— O celular do Senhor tocou várias vezes no escritório.
— Merda! Já vou, e você vai ficar aqui pra aprender a me respeitar.
Saiu e fechou a porta, trancando de chave.
Caí de joelhos ao chão e chorei compulsivamente.

Narrador observador
Pedro seguiu Ana até o escritório, mas não tinha ligação nenhuma.
— De onde tirou que meu celular estava tocando sua insolente
— Estava sim senhor — Gaguejou.
— Não há ligações perdidas aqui
— Não sei o que pode ter acontecido Senhor Paco
— Está maluca como a minha mulher, agora saia da minha frente — esbravejou.
— Sim senhor!

Narração Christopher
Desde a notificação no not book sobre a câmera que não dormi, fiquei com os olhos fixados na tela até que a movimentação começasse, quando por fim o marido dela apareceu, sentei em frente a tela e acionei a polícia que estava monitorando tudo, no meio da discussão, fiz uma ligação pra Ana, ela precisava tirar o monstro de lá, Dulce não poderia sofrer mais do que já havia sofrido e vê-la naquela situação me deixou emocionalmente abalado, fiquei com vontade de matar aquele covarde, pegar Dulce nos braços e tira -la dali.
Assim que Pedro saiu pela porta, o Policial me ligou dizendo que estava a caminho da mansão, quis muito acompanha-los, mas não seria adequado no momento, preferi preservar a imagem da Isadora, uma fofoca sobre mim e Dulce não faria bem pra ela. Com tudo certo, decidi que ligar, seria a melhor opção.
Ligação on
— Alô — Uma voz fraca e chorosa saiu do outro lado da linha
— Oi meu amor, sou eu, fica tranquila, a polícia já está a caminho, como você está?
— Tentando me recuperar... Então deu tudo certo?
— Sim, queria muito está aí com você nesse momento, não imagina a dor que senti ao ver tudo que aconteceu, mas achei melhor evitar, pelo menos agora.
— Fez bem, o importante é que nosso plano deu certo. Te amo muito Ucker.
— Eu também te amo muito meu amor, assim que possível vou te ver.
— Está bem. Beijo.
— Beijo.
Narrador observador
Os policiais cercaram a mansão de Dulce, Pedro olhou pela janela do escritório e ficou assustado com a quantidade de viaturas paradas no local.
— Mas o que está acontecendo? — perguntou a si mesmo antes de sair pela porta.

Dulce foi até a janela do quarto e abriu um sorriso ao ver toda aquela movimentação, mesmo machucada por dentro, ela estava feliz, pois sabia que agora estaria livre.

No andar de baixo, Ana abriu a grande porta da Sala e logo Pedro apareceu atrás de si.
— Bom dia! — Cumprimentou os policiais sorridente.
— O Senhor está preso — Um deles disse, já algemando o homem
— Que? Como assim? O que está acontecendo?
— Acusado de violência doméstica, abuso contra a mulher, temos provas concretas
Foi então que sua ficha caiu.
— Não sei do que estão falando — tentou dialogar.
— Onde está Dulce Maria? — Outro polícia perguntou
— Trancada no quarto Senhor — Ana se apressou a responder
— Me acompanhe até lá, por favor — Sim senhor — Ana seguiu com a polícia até o quarto e logo a porta foi arrombada.
— Estou salva, é isso mesmo? — Dulce estava com os olhos brilhando
— Claro que sim. — Um dos policiais confirmou
Ana e Dulce se abraçaram emocionadas, desceram as escadas e Pedro já tinha sido levado para delegacia.
— A senhora vai precisar prestar depoimento, mas não precisa ser hoje, enviaremos um pedido
— Claro, o dia que quiserem — Dulce respondeu feliz.
— Certo, por enquanto é isso, do mais, nossa solidariedade por tudo que precisou passar até que o caso fosse descoberto.
— Muito obrigada senhor policial. — Se emocionou
Ana acompanhou todos até a porta e depois, ao voltar pra sala, Dulce ainda estava incrédula com tudo que acabara de acontecer
— A senhora está bem?
— Sim, só ainda não acredito que estou livre Ana, livre. — Sorriu — Só preciso me preparar pra uma coisa...
— A Isadora — Elas falaram juntas.
— Sim, confesso que não sei como vou dizer que o pai está preso, ela não vai entender, é apenas uma bebê.
— Na hora certa a senhora saberá o que dizer, não se preocupe. — Se abraçaram novamente, em seguida, Dulce foi para o quarto se maquiar, a fim de esconder a marca em seu rosto deixada pelo marido, logo mais a pequena Dorinha chegaria, não queria que a visse daquela forma.


Oi pessoal 😃😃😃😃
Esse cap está enorme, espero que estejam gostando, gostaria de saber a opinião de vocês, se puderem comentar, agradeço ☺️💗❤️

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