Cap 10

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Narração Christopher

MESES DEPOIS...
Muita coisa aconteceu desde o nosso encontro na casa do Jorge, ( Amigo do Cristopher) tivemos ensaios da banda, os Shows e muita euforia dos Fãs com a TAG Vondy, que por sinal foi o assunto mais comentado no Twitter sempre que tinha Show, Dulce se sentia desconfortável, afinal, era certo o ultimato do marido que ligava insistentemente pra ela. Alicia não ficou pra traz, teve uma crise de ciúmes no último Show nos EUA, embora não tivéssemos mais nada além de uma amizade,  era de se esperar algo assim, já que estava nítido a forma na qual eu e Dulce nos conectamos, a troca de olhares, os sorrimos, o carinho pelos fãs que vibraram com apenas um simples toque nosso, quando nos abraçamos então, eles foram loucura, foi lindo, intenso e Inesquecível.
No dia seguinte embarcamos pra Colômbia, Alícia voltou pra casa e eu agradeci por isso, afinal queria e precisava estar mais próximo da Dulce, e foi o que aconteceu, tivemos momentos incríveis, mas eu não quis pressiona-la a tomar uma decisão sobre a gente, na verdade nem chegamos a falar sobre nós, no entanto era visível o nosso amor, tanto pela Banda como pelos fãs.
De lá, fomos pro Rio de janeiro, Nosso amado Brasil, ficou pra história, desde a época passada, nos apaixonamos por aquele país, fomos recebidos com muito carinho e saudade, foi como se o tempo não tivesse passado, tudo estava como antes, a mesma energia, o mesmo amor, as mesmas emoções, então ali percebemos que a paixão pelo nosso trabalho passou de geração pra geração.
Viemos pra São Paulo, Shows incríveis, público maravilhoso, Brasil é definitivamente nosso segundo maior amor, depois do México é claro.
Hoje, teremos nosso último Show por aqui, a saudade já está batendo e o medo de Dulce a está consumindo por dentro.
— Fica calma, vai ficar tudo bem Dul. — Disse, depois que ficamos a sós no estúdio.
— Voltaremos pro México em dois dias Ucker. — Ela passou a me chamar assim sem perceber, desde que estávamos na Colômbia e eu amei, pois só me chamava de Ucker na época em que namoramos, a muitos anos atrás.
— Tenta ficar tranquila, eu imagino que seja difícil, mas você precisa demonstrar segurança. — Afirmei, enquanto segurava suas mãos.
— Não sei, estou com pressentimento ruim, imagina o Pedro ver de perto esses Shows... A nossa aproximação, a euforia dos Fãs... — Ela estava apreensiva.
— O que a gente fez no palco até agora, foi super normal Dul, não teve nada demais, a gente sabia que os fãs reagiriam dessa forma, é natural, o mínimo que esse louco pode fazer é entender isso.
— Mas ele não entende.
— Porque é um idiota, olha, pensa que logo tudo vai acabar e você vai poder ser livre. — Sorri, no intuito de conforta-la.
— Obrigada por tudo que está fazendo por mim. — a gente se abraçou, e por mais que eu quisesse, não poderia adiar mais a nossa conversa.
— Você é muito importante pra mim, sabe disso, não vou deixar que nada te aconteça e farei o impossível pra que fiquei com a guarda da sua filha e esse monstro vá para cadeia. — Nos afastamos do abraço e ela me encarou nos olhos.
— Ucker... Eu queria... — Fez uma pausa, parecia insegura.
— Queria... — Continuei, a fim de encoraja-la.
— Queria saber o que exatamente você tem com a Alicia... — Ela nunca tinha tocado no assunto, por isso também não comentei, mas agora senti que está na hora de retomarmos aquela conversa sobre nós dois.
— Alícia foi minha namorada, nos separamos há 3 anos, foi em comum acordo, por isso a amizade permaneceu.
— Foi o que imaginei... E você acha que ela não sente mais nada?
— Não tenho como saber, mas independente disso, eu não sinto nada por ela. — Quis ser claro nas palavras.
— Entendi... — Baixou o olhar.
— Dulce, eu amo você, te disse isso desde o início da turnê... — Refresque sua memória, ela voltou a me encarar, estávamos bem próximos.
— Sim, você disse, eu... — Ela ia me dizer algo, mas o toque do celular nos interrompeu. — Droga! Disse pra mim mesmo mentalmente.
— Preciso atender, é a Ana.
— Claro, fique à vontade, vou arrumar nossa coisas enquanto isso.
— Tudo bem. — Assentiu.
Ligação on
— Alô, Ana? Aconteceu alguma coisa?
— Senhora, desculpe, atrapalhar, mas é que a Dorinha está ardendo em febre.
— Como assim? Ela estava bem de manhã....
— Pois é, também não sei o motivo.
— Tudo bem, chego aí em alguns minutos.
— Sim senhora.
Assim que Dulce desligou, percebi sua aflição.
— O que houve Dul?
— A Dorinha, ela está ardendo em febre, não sei o que pode ter acarretado isso, ela estava bem hoje cedo.
— Calma, ela vai ficar bem, vou com você até o hotel.
— Ucker, alguém pode interpretar mal a gente junto...
— Não se preocupe com isso agora, você está muito aflita, quero está do seu lado e depois, a Isadora gosta tanto de mim. — E nisso eu tinha razão, nos aproximamos muito nessa turnê.
— Isso é verdade, então vamos! — chamei o Uber e fomos pro hotel.

Narração Dulce
Entramos depressa no quarto, Dorinha estava deitada e com olheiras, quente como o sol.
— O que você tem minha princesa? — Acariciei seu rosto.
— Não sei mamãe. — Choramingou.
— A médica do Hotel passou aqui agora pouco, afirmou ser uma infecção de garganta. — Ana disse.
— E ela passou remédios? Ucker perguntou.
— Sim, estava esperando a Senhora Dulce chegar pra poder comprar.
— Então pode ir Ana, compre o que for necessário.
— Sim senhora!
— O que está sentindo Isadora? Ucker se aproximou do outro lado da cama.
— Tá doendo titio. — Segurou a mão dele, eles tinham se tornado melhores amigos.
— Onde dói meu amor? — Perguntei e ela voltou a me olhar.
— Aqui. — Colocou a mãozinha no pescoço, a médica estava certa! Pensei. — Vai ficar tudo bem, você vai tomar os remedinhos e vai passar.
— Isso mesmo. — Afirmou Ucker.
— Não quero tomar remédio. — Fez carinha de triste.
— São doces, você vai gostar. — Ele brincou, tirando um sorriso dela.
Ficamos ao seu lado até Ana voltar com os remédios, quando chegou, Dorinha tinha adormecido, segurando a mão do Ucker de um lado e a minha do outro.
— Aqui estão todos os remédios, senhora! — Disse, me entregando a sacola da farmácia.
— Obrigada Ana, não sei o que seria de mim sem você. Sorri.
— Imagina. — Sorriu. — Se me derem licença, vou retomar meus afazeres.
— Como quiser — Assenti.
— O que acha que dá o ibuprofeno enquanto ela dorme? — Ucker perguntou.
— Será que vai dar certo? Ela parece tão exausta, tenho medo de acordá-la.
— Deixa comigo, ela não vai acordar. — Estendeu a mão pra pegar o remédio.
— Humm, tá experiente assim com crianças? 
— Já fiz isso com meu sobrinho. — Ele sorriu e como seu sorriso era lindo.
— Está bem, vou pegar a água.
— Coloca na mamadeira, será melhor pra ela tomar.
— Certo. Peguei a mamadeira e o entreguei, Ucker colocou as gotas correspondentes ao peso dela e um pouquinho de água, cuidadosamente levou até sua boca e ela tomou tudo, como ele previu, fiquei impressionada com o jeitinho meigo que ele conduziu o gesto.
— Não disse? — Me entregou a mamadeira sorrindo.
— Convencido. Brinquei. — Obrigada por isso. Nossos olhares se encontraram, enquanto nossas mãos ainda estavam encostadas.
—  Não precisa agradecer, sua filha é um anjo e tem uma mãe maravilhosa — Sorriu e eu me derreti por completo, deixando as emoções tomarem conta, até uma lágrima insistir em cair sem permissão.
— Eu disse alguma coisa errada? — se preocupou, levantando da cadeira e vindo até mim.
— Claro que não, só me emocionei um pouquinho — Tentei sorrir, ele levou o polegar até minha face, secando minhas lágrimas, eu o abracei, com todas as minhas forças.
— Tá tudo bem, eu tô aqui com você. — Afagou meus cabelos.
Era incrível como sem dizer nada, falávamos tudo um pro outro, apenas com gestos e olhares.

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