Sobre passeios e patos (parte 3)

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– Quantas vezes eu já falei que você não pode sair mordendo as pessoas na rua?! Ei! Eu tô falando com você! 

Naruto brigava.

Deus sabe como, mas havia arrastado longe toda a turba agarrados pelo pescoço e ainda mancando de um pé. A praça de alimentação era um zoológico a céu aberto e ele precisou ameaçar um casal de adolescentes para conseguir um espaço mínimo de organização.

Ou não. Naruto não podia ameaçar menores de idade, pelo menos não diretamente, por isso ele empurrou Gaara na frente – que apenas pediu com educação para que se retirassem e os dois saíram correndo como quem viu o capeta de tranças. Cara, ele precisava aprender esse truque.

Que procurassem um canto melhor do que a porra da mesa prioritária para ficar rolando a tela do TikTok.

Naruto, então, havia colocado Himawari sentada em cima da mesa. Ao seu lado, Boruto estava com os olhos baixos, fazendo bolhas com o canudo no copo de refrigerante. Estava acatando toda a bronca, mas ainda emburrado.

Apesar de tudo, Gaara não se lembrava de Naruto ter exigido que o filho se desculpasse em momento algum durante toda a confusão.

– Boruto só estava se defendendo. – intercedeu.

– Mesmo assim, não é certo! – ele fez questão de frisar – E não conte para a sua mãe que você ganhou uma caixa de esfirras depois disso!

Gaara comprou pra ele. Uma caixa de trinta.

Na verdade Boruto estava defendendo Metal, por isso Gaara ainda pretendia comprar um sorvete e um churros mais tarde.

Mas Naruto estava certo, no fim das contas. 

Se ainda sentia que havia um parafuso faltando, talvez fosse exatamente por conta daquela época que tudo se resolvia na base do soco. Nada se resolvia, tudo piorava. E não era porque Naruto era agressivo, mas porque tinha uma sede de justiça muito grande e o pavio muito curto. Já Gaara talvez realmente tivesse tido um probleminha com agressividade em certa idade, parando agora para pensar.

Um problema passado, evoluído e resolvido, felizmente. Um que nem Boruto e principalmente Metal precisavam ficar sabendo.

Metal Lee estava um caquinho. Já havia cansado de chorar, mas seus ombros ainda estavam murchos e seu rosto ainda tinha um rastro de destruição vermelho pelo esforço.

Gaara usou um guardanapo para limpá-lo, do mesmo jeito que havia feito quando ele e o pai dele destruíram a cozinha outro dia. Só que hoje era diferente. Não tinha graça. Gaara abraçou o corpinho contra o seu e suspirou. Metal deixou.

Seu sangue ainda não havia parado de ferver.

– Vem cá. Deixa eu dar uma olhada.

Naruto pediu quando se aproximou. Metal ergueu os olhos com apreensão, mas então abriu a boca quando sentiu o dedo pressionando seu queixo.

– Não tem raiz à mostra. Foi só um dente de leite. – ele sorriu – Estava mole já?

Metal fungou.

– Não sei.

– Você pegou o dente?

Metal parou. Pensou. Então colocou as mãos na bochecha, desolado.

De trás dele Gaara estendeu a mão com o pequeno dente e Boruto invadiu a frente do pai como um torpedo. Ele também queria ver.

– Legal! – exclamou – Agora você coloca debaixo do travesseiro e ganha um milhão!

Boruto abriu os braços bem grande em demonstração.

– ... Um milhão? – Naruto perguntou.

– Eu comi um milhão. – respondeu, desconfiado.

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⏰ Última atualização: Sep 15 ⏰

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